O que é que o cuidado com o espaço público a cidade tem a ver com segurança?

29 de Agosto

O sentimento de insegurança foi um dos tópicos em debate na edição das “Conversas à Porto” que fechou o mês de agosto. Boa iluminação pública e o espaço público bem tratado são fundamentais para que população não tenha receio.

É um dos assuntos que mais preocupa os Portuenses, mas o debate nem sempre é feito com clareza, com dados concretos e sem preconceitos. Por isso, as “Conversas à Porto” desta quinta-feira chamaram Carla Sofia Cardoso, Criminologista e Professora da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, e Paulo Caldas, Superintendente da PSP (na pré-reforma), para olharem para a segurança na nossa cidade, sob moderação de Nuno Borges, consultor de empresas.

Os dois especialistas concordam que a cidade é segura, embora os Portuenses se sintam inseguros. Carla Sofia Cardoso recorda que “o crime tem vindo a diminuir desde 1993” e que “Portugal sempre foi considerado um país seguro”. O sentimento de insegurança está muitas vezes relacionado com o medo, afirma a Criminologista, que acrescenta que é “à noite que há mais receio, mas a maioria das ocorrências acontecem de dia”. Para contrariar este sentimento, a Professora afirma que “um ambiente bem cuidado, locais com boa iluminação pública são importantes para que as pessoas se sintam seguras”, apontando o cuidado com o espaço público como um aspeto decisivo para que exista o sentimento de segurança. 

Este aspeto foi salientado por Filipe Araújo, no final do debate, uma vez que, “nesta terceira edição das Conversas à Porto, acabamos por falar sobre o tema da primeira, ou seja, sobre a qualidade de vida e sobre o cuidado com o espaço público”.

Paulo Caldas falou sobre a importância dos dados e dos inquéritos que devem ser feitos à população. O Superintendente na pré-reforma considera que as competências da Polícia Municipal são adequadas e defende um policiamento de visibilidade, já que, assume, “quanto mais junto e próximo do Munícipe, melhor”. Relativamente aos meios de prevenção, Paulo Caldas garante que “com videovigilância previne-se muito crime” e vê com bons olhos a proposta do Movimento “Filipe Araújo: Fazer à Porto” sobre os guardas-noturnos. Diz o Superintendente, com base na sua experiência na Polícia Municipal de Lisboa, que “os guardas-noturnos são mais um meio visível, complementar à PSP, mas muito mais do que isso: é sobretudo um serviço público, mais acessível, que o morador sabe que pode contar com aquele contacto e pode sempre ligar a pedir ajuda”. Paulo Caldas salienta que é necessário mexer na regulamentação e na formação destes profissionais.

Ainda sobre as medidas propostas pelo movimento independente, o candidato à Câmara Municipal do Porto sublinhou que “qualquer gasto em segurança é visto como investimento”, por isso sempre que a PSP sentir necessidade de mais videovigilância ou outro tipo de meios poderá contar com total apoio e contributo para a solução. Filipe Araújo acrescenta ainda que solicitará, após as eleições, uma audiência com a Ministra da Administração Interna para que se cumpra o prometido há anos, que permitirá duplicar o número de agentes da Polícia Municipal dos atuais 200 para 400.