FAZER À PORTO
Uma Agenda para a QUALIDADE DE VIDA

Na Polis da antiga Grécia, o berço da democracia, as cidades são dos cidadãos, por eles construídas e para eles, cidadãos. São obra coletiva, de todos e para todos, em que os líderes sempre foram os seus melhores e nunca os que vieram de fora.

Isto é verdade na cidade contemporânea, que é muito complexa, com muitas vertentes essenciais, interdependentes, que têm de ser articuladas com harmonia. Se uma dessas vertentes falha, o todo sofre, o todo falha.

É por isso que não é um qualquer que é capaz de tomar em mãos a condução dos destinos de uma cidade. É um trabalho de equipa, que exige experiência e competência em muitas áreas – da habitação e urbanismo ao ambiente e à mobilidade; da área social e da segurança ao comércio, passando pela educação, emprego e empreendedorismo; e sem esquecer a cultura, o lazer e até o cosmopolitismo da internacionalização.

Não é, pois, tarefa para um só homem ou uma só mulher, mas esse homem ou mulher tem de ser capaz de construir e liderar uma equipa competente, experiente e muito bem articulada com os que vivem a cidade no dia-a-dia do seu trabalho e melhor conhecem os constrangimentos, os desafios, as reivindicações de melhoria, as prioridades dos portuenses.

Mas o desafio é ainda maior porque o Porto não é uma cidade qualquer. É o Porto Cidade-Região, essa região metropolitana que, com tudo que ela agrega, é o núcleo de um dos dois grandes motores económicos de Portugal e da sua enorme capacidade exportadora, competindo internacionalmente ao mais alto nível. O Porto não cabe no espartilho da circunvalação: funde-se numa frente comum com os municípios vizinhos num patamar muito elevado.

O Porto pede meças às melhores cidades europeias em qualidade de vida, nessa Europa que todos procuram e para onde tantos querem ir viver e trabalhar. Na última década, assistimos no Porto a enormes progressos em muitas áreas distintas, com real impacto na cidade e nos que nela vivem, estudam e trabalham.

É um facto indesmentível que foi durante os mandatos de um movimento de cidadãos independentes, que a cidade se desenvolveu e progrediu de uma forma que se julgaria impossível há quinze anos. O Porto liberal, independente, empreendedor, trabalhador, mas também generoso e solidário, deu-se muito bem quando decidir confiar a sua Câmara a um grupo de cidadãos da cidade livres de mordaças partidárias. Houve visão, estratégia e capacidade de, no terreno mudar as coisas.

Mas estamos satisfeitos? Isto basta-nos? Não, não basta! Temos sonhos e ambições maiores para os Porto e para os Portuenses? É claro que sim! As gentes do Porto não se conformam, as gentes do Porto não encolhem os ombros. As gentes do Porto sabem o que querem para a sua cidade. Querem uma cidade melhor ainda – uma cidade verde, inclusiva, justa, solidária, acolhedora, inovadora, vibrante, feliz.

Portuenses, no caminho para lá chegar não nos podemos deixar iludir com ideias feitas, propostas avulsas e sound-bytes de quem tem estado nos gabinetes, afastado da cidade real. De quem pouco conhece, não estudou os problemas, não perguntou e discutiu com quem sabe, e que não sabe o que são contas certas.

Para lá chegar, precisamos de competência, experiência, rigor, honestidade e uma dedicação desprendida à cidade. Precisamos de alguém que a queira e a trate como à sua empresa, à sua família e aos seus amigos. Só quem conhece muito bem a cidade e os portuenses, no terreno, no dia-a-dia, os seus constrangimentos, as suas aspirações, mas também os recursos e as oportunidades, será capaz de o fazer.

Um estudo recente mostrou que os portugueses consideram que é no poder autárquico, na proximidade das pessoas e dos seus problemas, que é possível fazer a diferença. Os portuenses sabem isso: o seu voto para as Juntas de Freguesia e para a Câmara Municipal tem muito mais impacto nas suas vidas do que os votos, certamente importantes, mas num outro plano, para a Assembleia da República ou para o Parlamento Europeu.

Este Manifesto não foi, pois, escrito por um qualquer diretório partidário na capital, nem mesmo por um grupo de iluminados num escritório da baixa portuense. 

Para fazer este Manifesto, ouvimos a cidade – a academia, os empreendedores, os comerciantes, os artistas, as instituições, desde as maiores e muito visíveis até às associações de âmbito local e propósito social, os cidadãos comuns. Ouvimos os portuenses, porque contamos com todos eles para construir as soluções de que a cidade precisa, reivindicando e negociando com o governo e com os privados, porque o Porto não é uma ilha: é peça central de um ecossistema.

Não presumindo tudo saber, perguntámos a quem sabe, a quem conhece, a quem vive a nossa cidade. Na preparação e nos debates com especialistas e cidadãos nas “Conversas à Porto” discutimos o nosso projeto. E discutimos as nossas propostas nos media, nas redes sociais, nos bairros e nas freguesias. E este Manifesto, com as propostas que encerra, continua aberto à discussão.

Fizemos como fizeram os antigos gregos nas suas Polis democratas, ainda hoje referências incontornáveis de civilização, e é por isso que estamos prontos para governar a nossa cidade.

Voto útil não é para decidir uma competição nacional entre esquerda e direita, que nos desmerece e não nos interessa. Voto útil é o voto na cidade, nas propostas, experiência e competência de quem já demonstrou FAZER À PORTO e não no que nos querem impingir os vendedores de sonhos, com promessas que não sabem ou não podem cumprir. Os portuenses, racionais, orgulhosos e independentes não irão ser iludidos pelas guerras da política nacional cujo propósito maior é, no fim, contar “quantas câmaras ganhámos”.

 

Voto útil é escolher sempre a nossa cidade, é FAZER À PORTO!

 

Filipe Araújo

Candidato a Presidente da Câmara Municipal do Porto

Qualidade de Vida é o eixo central do Manifesto Eleitoral do Movimento Filipe Araújo: Fazer à Portoporque é o que faz as pessoas felizes e realizadas na sua cidade. É um conceito largo e integrador, que toca todos os aspetos da vida quotidiana e, sabemos bem, todos os serviços de uma autarquia.

Qualidade de Vida para viver, trabalhar, estudar e fazer negócios no Porto, não só para os que cá moram, mas também para os cidadãos desse Porto Cidade-Região que não cabe na circunvalação, para todos que trazem vida e riqueza para a nossa cidade.

A Organização Mundial da Saúde sublinha que a Qualidade de Vida envolve o bem-estar físico e mental, os relacionamentos sociais, a saúde, a educação, a habitação e a segurança.

Questões como, a Mobilidade, a Segurança e a Habitação são obviamente centrais mas, importam também o Ambiente e a Sustentabilidade – os resíduos, a qualidade da água, a qualidade do ar – os Espaços Urbanos – como os parques, os jardins, as frentes de rio e de mar, um privilégio de muito poucas cidades – a Cultura e o Desporto; reforçando a equidade e integração Social.

A qualidade de vida no Porto, está marcada por um equilíbrio delicado entre tradição e modernidade. Com uma infraestrutura urbana bem desenvolvida, acesso a serviços de saúde, educação de qualidade e uma oferta cultural vibrante, aliada à proximidade ao mar , ao rio e aos seus parques e jardins, emergimos em algo verdadeiramente distintivo.

A Global Citizen Solutions, coloca Portugal como o sexto país com melhor qualidade de vida no mundo e os expatriados – aqueles que saíram dos seus países em busca de melhor – consideram Portugal o 10º país mais acolhedor e o 7º país com melhor Qualidade de Vida do mundo (InterNations, Expat Insider 2023).

O Porto está hoje entre as cidades mais felizes do mundo, segundo o Happy City Index 2025, sendo a única cidade portuguesa a figurar no top 30 deste ranking internacional. O selo que lhe foi atribuído, de “nível ouro”, reconhece as cidades que oferecem uma vida equilibrada, saudável e feliz.

Por quem nos vê de fora, a Qualidade de Vida no Porto é considerada como muito boa, com a cidade a ser frequentemente elogiada pela segurança, cultura, infraestrutura e qualidade de vida geral que oferece. No entanto, assinalam-se novos desafios, como o custo de vida, o trânsito ou o turismo. 

Todos os indicadores mostram como a cidade progrediu na última década, e o Filipe Araújo, pelas responsabilidades assumidas na autarquia, foi ator de primeiro plano nesse imenso progresso. Mas o que importa agora é a ambição que a cidade tem de ter para a próxima década. Uma ambição que se suporta com uma arregaçar de mangas, de quem já mostrou que sabe e que é capaz de Fazer à Porto.

O manifesto do Fazer à Porto endereça, de forma séria, sustentada e com o detalhe que um documento deste tipo permite, mais de uma dezena de grandes áreas de intervenção. Todas elas pertinentes para a Qualidade de Vida dos portuenses e, de responsabilidade da autarquia. 

Aqui olhamos para algumas das propostas concretas, dos compromissos com a cidade, tendo como foco a melhoria da qualidade de vida dos portuenses.

São estes os nossos compromissos para os próximos quatro anos: materializar um projeto ambicioso, mas realista para a melhoria da Qualidade de Vida para o Porto.

Espaço público e espaços verdes, Água, Resíduos, Energia e Bem-estar animal

O compromisso do Porto com o ambiente e a sustentabilidade, está muito bem plasmado nos avanços significativos alcançados na cidade nesta matéria, com especial enfoque no trabalho desenvolvido durante os últimos 12 anos.

Uma atitude séria perante a emergência climática, exige um trabalho sólido das cidades por todo o mundo e o Porto tem evidenciado estar à altura do desafio. A atestar esta postura, está o compromisso com a neutralidade carbónica da cidade até 2030, suportado pela estratégia ambiental sólida e robusta posta em prática desde 2014 e consecutivamente melhorada e reforçada. Este caminho de excelência culminou com a seleção da cidade do Porto como uma das 100 Cidades-Missão, no âmbito da Missão Europeia das 100 cidades inteligentes e com impacto neutro no clima. Com a consolidação da presença do Porto como um dos líderes mundiais em ação climática e transparência ambiental em 2024, através da avaliação transparente e isenta do CDP,  a plataforma independente de divulgação ambiental mais importante do mundo para empresas, cidades, estados e regiões que, o Porto está entre as cidades europeias na sua Lista A, o topo da classificação.

Aqui chegados, passar para um patamar superior é um desafio a que a cidade não se pode furtar, pelo impacto direto que o ambiente tem na qualidade de vida do dia a dia dos portuenses. As propostas que se seguem emergem de um trabalho contínuo, coerente e alicerçado na experiência e no conhecimento detalhado da cidade do Porto.

 

Espaço público

O espaço público pertence a todos na cidade, sem exceção. E estes espaços, as ruas, as pequenas e as grandes praças, os jardins devem ser lugares de encontro, de convívio e bem-estar onde a prioridade têm de ser as pessoas. Durante dezenas de anos o paradigma das cidades voltou-se para as infraestruturas viárias destinadas ao automóvel. Mas uma visão focada nas pessoas e não nos carros, é a que tem de vingar para o futuro.

Para tal, o cuidado com o espaço público é determinante: precisamos de uma cidade feita à escala humana, que valorize quem anda a pé, quem passeia em família, quem descansa num banco de jardim. É, por isso, muito importante olhar para os detalhes e essa é uma noção que valorizamos e à qual queremos dar ainda mais importância, seja nas praças duras, seja no cuidado com os espaços verdes. Um Porto mais humano e mais atento nasce da soma destes detalhes: ruas mais seguras, bairros mais vivos, espaços públicos e verdes cuidados e uma cidade onde todos se sintam em casa.

 

COMPROMISSOS

  • Reforçar o Gabinete do Espaço Público, olhando para o detalhe e para a malha fina da cidade, para dar ênfase ao cuidado em cada rua, em cada passeio e em cada praça. Pretendemos intervir na recuperação e manutenção dos arruamentos e espaços de proximidade; 
  • Dar continuidade ao bem-sucedido programa Rua Direita, programa municipal de reabilitação profunda da rede fina de espaços públicos da cidade, tendo em vista intervir em arruamentos para os tornar mais amigáveis dos peões e dos modos suaves.
  • Valorizar e reforçar o mobiliário urbano nas praças, garantindo soluções adequadas, confortáveis e acessíveis para quem nelas convive;
  • Promover a acessibilidade universal, eliminando barreiras arquitetónicas em passeios, praças e equipamentos públicos.
 

Espaços verdes

O Porto tem um conjunto significativo de espaços verdes que podem ser vividos e usados pelos portuenses, reduzindo o sentimento de cidade densa. Desde, o icónico Parque da Cidade do Porto, passando por muitos espaços verdes de dimensão como o Parque Oriental, o novo Parque da Alameda de Cartes, o novo Parque da Asprela, o Parque das Virtudes, o Parque de São Roque, os Jardins do Palácio de Cristal, os Parques da Pasteleira, do Covelo, Passeio Alegre entre tantos outros jardins, uns de caráter mais histórico, outros mais recentes dotados de equipamentos de lazer e recreio, parques infantis e mobiliário urbano. Assistimos, nos últimos anos a um cuidado extraordinário com estes espaços, não só na sua manutenção com reforço das equipas de jardinagem da Câmara Municipal, mas também à recuperação de caminhos, reforço de mobiliário urbano e novos bebedouros, melhorando muito a sua  utilização.

O compromisso desta candidatura é claro: manter em excelentes condições estes espaços e reforçar a sua extensão, seja através de novos parques, novos jardins com uma aposta decisiva também nos pequenos espaços, próximos dos portuenses, que permitam o contacto com a natureza e a fruição mais próxima das casas dos milhares de portuenses que vivem na cidade. Desta forma, entendemos prioritário: 

  1. O desenvolvimento e implementação de um urbanismo decisivamente participado pela estrutura verde de longa duração, a várias escalas, conectada, robusta, permeável, biodiversa, socialmente inclusiva e bela.
  2. A promoção do espaço público multifuncional, mais permeável, mais arborizado, mais ameno, mais pedonal e mais ciclável.
  3. O estímulo dos programas de sequestro de carbono, de infiltração e retenção das águas pluviais, de promoção do ensombramento arbóreo, da multiestratificação vegetal, da matéria orgânica no solo urbano e do cultivo de proximidade.

 

COMPROMISSOS

Para otimizar a gestão urbanística para melhor cumprir metas ambientais, vamos:

  • Utilizar a experiência instalada da boa governança ambiental municipal desenvolvida nos últimos doze anos, robustecendo-a e alargando-a a mais áreas e setores do município.
  • Continuar a promover os programas em curso ambientalmente focados – Porto + Permeável, Pacto do Porto para o Clima, Plano Municipal de Ação Climática e o Plano de arborização do Município.
  • Incentivar os proprietários a proteger e a conservar espaços verdes privados através de estímulos tributários e outros.
  • Desenvolver a possibilidade de plantação de grandes árvores de longa duração no espaço público (gigantes verdes) a partir do resgate de espaços públicos impermeabilizados, entre os quais:
    • Praça Coronel Pacheco;
    • Largo Tito Fontes;
    • Praça dos Poveiros;
    • Rua Padre Himalaya;
    • Alameda Eça de Queirós.

Reforçar a rede de espaços verdes públicos ao longo das linhas de água urbanas: 

  • Experiência consolidada de boas práticas neste âmbito, concretizadas em alguns troços de linhas de água urbanas, associada ao desenvolvimento de parques públicos, tais como o Parque Oriental, Parque de Lamas, Parque da Asprela, Parque da Lapa, os parques “ribeirinhos”, em articulação com o aumento da permeabilidade à água no solo e subsolo urbano, permitindo a diminuição do escorrimento superficial, o aumento de recarga de aquíferos e potenciação do revestimento vegetal, a mitigação da crise climática e o aumento da biodiversidade natural.

Aumentar a arborização pública ao longo das vias urbanas

  • Em profundo alinhamento com o Plano de Arborização do Município do Porto, definir e implementar a maior arborização de vias urbanas, tipificada de acordo com critérios científicos e de forma a dar primazia à plantação de árvores e espécies autóctones.

Aumentar espaços verdes públicos de proximidade

  • Criar espaços verdes, em áreas relativamente pequenas (1000 – 2500 m2) integrando programas que garantem zonas de circulação pedonal e estadia, zona de recreio infantil, zona de café/esplanada/quiosque, zona para a “grande árvore”, zonas de infiltração prioritária “jardim de chuva” e zonas de biodiversidade.
  • Localizar estes espaços com áreas de cedência ao domínio público resultantes de processos de loteamento ou das diversas ações de planeamento urbano.

Criar espaços verdes, designadamente parques e jardins, recorrendo a recuperação e expansão.

  • Recuperação da Praça Francisco Sá Carneiro;
  • Recuperação da Praça da Corujeira;
  • Criação do Parque de Requesende;
  • Recuperação do parque da Quinta de Salgueiros;
  • Expansão e concretização da 3ª fase do Parque de S. Roque;
  • Criação do Parque do Rio Torto;
  • Abertura do Parque da Prelada. em articulação com a Associação de Futebol do Porto e a Santa Casa da Misericórdia;
  • Com recurso a uma parceria-público privada, reabilitar o jardim entre as Ruas de Grijó e a Rua de Serralves;
  • Desenvolvimento dos parques e jardins previstos nas várias UOPGs;
  • Negociar com o Governo a passagem integral para o Município do Parque do Covelo (da zona que atualmente ainda é gerida pelo Governo);
  • Desenvolvimento de um parque verde urbano de cariz terapêutico, em parceria com o IPO, pensado a partir das perspetivas dos utentes, profissionais de saúde e das crianças.

Promover literacia ambiental e envolvimento cívico

  • Expandir o programa de educação ambiental do Município, continuando a integrar diversas vertentes ambientais, com recurso aos Centros de Educação Ambiental e ao Pavilhão da Água; 
  • Envolver escolas, universidades e comunidades locais em projetos de monitorização e sensibilização ambientais, reforçando a participação de todos na proteção ambiental da cidade;
  • Estimular comportamentos ambientais sustentáveis no respeito pelos espaços verdes, uso de energia, consumo de água, separação e tratamento de resíduos, economia circular, entre outras matérias climáticas, contribuindo para uma cidade mais consciente, resiliente e preparada para as exigências do futuro.

 

Gestão Integrada e Sustentável do Ciclo da Água

O Porto tem-se afirmado como referência nacional e internacional na gestão integrada e sustentável do ciclo urbano da água: abastecimento, saneamento, drenagem de águas pluviais, linhas de água e frente marítima. Face aos desafios das alterações climáticas, da escassez hídrica e da crescente exigência regulatória – com destaque para as novas diretivas europeias de Qualidade da Água (DQA) e de Águas Residuais Urbanas (DARU) – a cidade tem seguido uma estratégia proativa de adaptação e mitigação. Esta estratégia assenta em pilares como a eficiência hídrica e energética, a digitalização, a circularidade, a valorização de subprodutos do tratamento de águas residuais e a implementação de soluções baseadas na natureza.

Paralelamente, o Porto tem vindo a reforçar o seu posicionamento internacional, integrando redes como a International Water Association (IWA), participando em fóruns como a COP27 e sendo uma das 100 cidades europeias selecionadas para alcançar a neutralidade climática até 2030 no âmbito da Missão Cidades da União Europeia.

Contudo, este percurso de excelência não está isento de desafios. A cidade enfrenta limitações estruturais, como a elevada percentagem de linhas de água entubadas, a necessidade de reabilitação de infraestruturas envelhecidas e a complexidade institucional e de governação na gestão de recursos hídricos e costeiros. Acrescem ainda, ameaças externas como os impactos crescentes das alterações climáticas, a pressão sobre os custos energéticos e os desafios associados à crescente digitalização da operação e de processos.

O reconhecimento internacional do Porto pela gestão integrada e inovadora do ciclo da água, vincula a cidade aos princípios da IWA para Cidades Sensíveis à Água: serviços de água regenerativos para todos, desenho urbano sensível à água, cidades ligadas às suas bacias e comunidades conscientes na gestão da água, assenta nas metas já alcançadas:

  • Desempenho notável em termos de eficiência hídrica, reduzindo as perdas de água de 52% em 2006 para cerca de 12% em 2024, o que se traduz numa poupança acumulada superior a 100 M€.
  • Sistema de abastecimento de água maioritariamente gravítico e, portanto, neutro em energia.
  • Forte investimento na adaptação climática implementando, ao abrigo do programa Porto + Permeável, NBS em intervenções em linhas de água e sistemas de drenagem de águas pluviais, tendo em vista a promoção de uma drenagem mais sustentável.
  • Compromisso com a transição energética, apostando na produção de energia renovável e na eficiência energética nas infraestruturas de água, com destaque para a instalação de painéis fotovoltaicos e a valorização de biogás em ETAR.
  • A digitalização enquanto prioridade estratégica, com um digital twin a assumir um papel central na gestão inteligente da água, apoiado por uma crescente rede de telemetria e sensores para recolha de dados em tempo real.
  • Envolvimento ativo da comunidade, com mais de 68.000 participantes em ações de sensibilização ambiental por ano.
  • Existência de referenciais estratégicos (PDM, PVRLA – Plano de Valorização e Reabilitação das Linhas de Água do Porto) e programáticos (Porto + Permeável), que criam condições estruturantes para a adaptação climática de infraestruturas verdes, azuis e cinzentas, promovendo o conceito de cidade-esponja através da reconversão ecológica do território, em linha com os princípios da IWA para Cidades Sensíveis à Água.
  • Desenvolvimento de projetos estruturantes que valorizam a frente atlântica e o estuário do Douro, potenciando o crescimento da economia azul e a promoção de soluções de inovação costeira.
  • Reconhecimento internacional do Porto como referência em adaptação climática e gestão integrada da água, que reforça o seu posicionamento estratégico enquanto cidade líder e promotora da partilha de boas práticas.

 

COMPROMISSOS

Manter o preço da água como um dos mais baixos da região

Transformar as ETAR em fábricas de recursos

  • Requalificar as ETAR do Freixo e de Sobreiras para que deixem de ser apenas unidades de tratamento e passem a gerar valor ambiental e circular.
  • Alargar a reutilização de águas residuais tratadas para usos urbanos e industriais, através da implementação da rede de condutas dedicadas, da celebração de parcerias com grandes consumidores e da criação de um modelo tarifário que incentive a sua adoção.
  • Valorizar os subprodutos gerados nos processos de tratamento, como lamas e nutrientes com potencial de reaproveitamento na agricultura e indústria, bem como a energia produzida no próprio sistema.
  • Integrar tecnologias para remover micropoluentes e microplásticos, em conformidade com as exigências da nova DARU.

Valorizar a infraestrutura azul e reforçar a resiliência hídrica

  • Promover uma abordagem integrada à infraestrutura azul da cidade — das linhas de água à orla costeira e à sua interligação com a infraestrutura verde, com foco na adaptação às alterações climáticas, na gestão sustentável das águas pluviais e na proteção contra cheias e eventos extremos.
  • Implementar o PVRLA – Plano de Valorização e Reabilitação das Linhas de Água do Porto, em articulação com o programa Porto+Permeável, recorrendo a soluções baseadas na natureza e a sistemas de drenagem sustentável que aumentem a infiltração, retenção e armazenamento de água, contribuindo também para a biodiversidade.
  • Reforçar a proteção da frente atlântica e do estuário do Douro face à subida do nível do mar, através de intervenções que combinem engenharia natural com valorização paisagística.
  • Integrar a gestão das águas pluviais nos instrumentos de planeamento e ordenamento do território, assegurando a sua articulação com políticas de solo, mobilidade e espaço público.

Acelerar a transição energética nas infraestruturas de água

  • Reforçar a aposta na transição energética dos sistemas urbanos de água, contribuindo para a meta da neutralidade climática até 2030 e para a redução da dependência de fontes energéticas externas.
  • Expandir a instalação de Unidades de Produção para Autoconsumo, nomeadamente em ativos verticais – como ETAR, reservatórios e centros operacionais – maximizando o aproveitamento do potencial solar disponível.
  • Valorizar o potencial energético dos processos de tratamento, nomeadamente através da recuperação do biogás produzido nas ETAR, promovendo a autossuficiência energética.
  • Reduzir o consumo energético específico por via da substituição de equipamentos, da otimização de processos e da adoção de tecnologias mais eficientes.
  • Aplicar ferramentas digitais e modelos preditivos para melhorar o desempenho energético, monitorizar consumos em tempo real e apoiar decisões baseadas em dados.

Digitalizar e automatizar a gestão da água

  • Consolidar uma plataforma central de gestão integrada e em tempo real de todo o ciclo urbano da água, com recurso a tecnologias de digital twin e conectividade inteligente.
  • Atingir 100% de cobertura da leitura remota de consumos até 2030, através da expansão da rede de telemetria e da utilização da infraestrutura ótica da cidade e de ativos municipais (e.g., edifícios, infraestrutura de iluminação pública), potenciando uma base tecnológica comum ao desenvolvimento de uma cidade inteligente e interconectada.
  • Sensorizar progressivamente as redes de saneamento, águas pluviais e linhas de água, promovendo a construção de uma infraestrutura urbana inteligente, com capacidade de monitorização contínua, deteção precoce de anomalias e resposta automática a eventos críticos.
  • Integrar dados em tempo real, com algoritmos de inteligência artificial para apoiar a decisão técnica, otimizar operações e implementar modelos de manutenção preditiva orientados para a eficiência e a resiliência.

 

Resíduos Urbanos e Limpeza Pública

Desde 2017 que a cidade do Porto tem ao seu serviço um instrumento dedicado a estas duas temáticas: a Empresa Municipal Porto Ambiente. Através de uma política ativa de investimentos nas áreas de resíduos e limpeza urbana foi possível, em 2019, atingir os objetivos propostos no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) 2020 e superá-los nos anos seguintes.

A cidade, ao longo destes anos, tem sido reconhecida nacional e internacionalmente pela sua atuação, seja através dos diversos projetos europeus que esteve e está envolvida, seja pelo reconhecimento das instituições nacionais, seja pelos excelentes resultados obtidos em sucessivos inquéritos de satisfação feitos aos portuenses. Durante estes anos, tem recebido o Selo de Qualidade da entidade reguladora ERSAR e já recebeu, em dois anos, o Prémio de Excelência, atribuído ao melhor sistema de resíduos do país.

Para tudo isto, contribuiu uma estratégia que a levou a uma gestão eficaz e eficiente, com um equilíbrio financeiro notável, no entanto manteve uma das taxas de resíduos mais baixa da região cobrada aos cidadãos. A estratégia implementada, passou por uma aposta forte na modernização, digitalização e valorização dos seus recursos humanos e tem resultado, ano após ano, em melhores prestações ao nível da recolha e separação de resíduos.

Na Limpeza Urbana, foram reforçados os meios materiais e humanos a níveis que a cidade nunca teve, com especial foco na mecanização, mas com o respeito pela sustentabilidade económica e ambiental. 

Em ambas as operações, investimos em veículos elétricos sempre que o mercado ofereceu soluções robustas. Hoje, mais de metade dos meios mecânicos da limpeza urbana são 100% elétricos. Neste momento, temos 12 varredoras 100% elétricas e até ao final do ano serão 17. Na recolha, a aposta tem sido nos meios pesados a gás natural que tem menos emissões, e desde este ano, através do contrato partilhado com os STCP, pelo menos 30% do fornecimento de gás é de origem renovável, neutralizando assim as suas emissões.

Em 2023, disponibilizou-se, de acordo com meta europeia definida, um sistema de recolha de resíduos alimentares, projeto iniciado em 2021. Estes resíduos orgânicos são fundamentais para a devolução à agricultura dos nutrientes que permitem enriquecer os solos, mas também numa estratégia de produção de gás que permitirá neutralizar as emissões dos camiões de recolha de resíduos. 

Importa referir o papel decisivo do Município do Porto na LIPOR, no que ao tratamento de resíduos diz respeito. Neste paradigma, tem sido colaborante e presente a palavra do Porto na estratégia delineada com os restantes municípios.

 

COMPROMISSOS

  • Manter o Porto uma referência na gestão de resíduos e na limpeza urbana, assegurando uma política de melhoria contínua, a par das melhores práticas europeias.
  • Garantir a existência de um racional económico sólido que permita aos portuenses continuar a ter uma tarifa de resíduos justa e das mais acessíveis da região.
  • Aumentar a rede de recolha seletiva porta a porta, para as zonas comerciais que hoje ainda não têm;
  • Aumentar o número de ecopontos. Hoje, já existe uma cobertura da cidade de cerca de 87% (a ERSAR exige 80% para considerar um bom serviço), mas queremos ultrapassar os 90%, garantindo que qualquer cidadão tem a menos de 100 metros da sua casa um ponto de recolha com todas as fileiras, facilitando a separação dos resíduos;
  • Aumentar a distribuição de sacos de papel para facilitar a separação dos resíduos alimentares. Hoje, fazemos a distribuição em algumas grandes superfícies, mercearias e lojas de forma gratuita, mas queremos alargar a toda a cidade, através de protocolos com estabelecimentos;
  • Investir mais 3,5 M no sistema, modernizando a frota e os equipamentos, tendo em vista alcançar os exigentes objetivos do PERSU 2030. Este investimento, será feito recorrendo ao apoio do Portugal 2030;
  • Alargar os serviços de apoio, como a recolha ao domicílio de monstros, eletrodomésticos e resíduos verdes, que hoje já é realizada. Dada a crescente procura, queremos facilitar uma mais resposta rápida, reforçando a Porto Ambiente para estes serviços;
  • Reforçar a reutilização, continuando a desenvolver e dinamizar o projeto ECOPORTO, que permite dar segunda vida a objetos como mobiliário, material informático e pequenos eletrodomésticos que, gratuitamente, ficam à disposição dos portuenses e das instituições da cidade que deles necessitam, diminuindi assim os resíduos produzidos;
  • Reforçar a sensibilização e a fiscalização com o objetivo de promover atitudes mais sustentáveis dos portuenses;
  • Aumentar a digitalização da Porto Ambiente. Hoje, já são recebidas as solicitações dos cidadãos de forma digital através do “Reporta Porto”, que são distribuídas diretamente às equipas de rua, o que permite uma rapidez e eficácia excelentes. Continuando o investimento na digitalização, queremos facilitar maior transparência para que o cidadão possa saber quando os seus contentores foram descarregados ou lavados e quando estará prevista a próxima recolha ou manutenção dos mesmos.
  • Assegurar uma estratégia sólida de aumento dos materiais recicláveis, apostando na transformação da LIPOR numa fábrica de recursos, evitando a exploração de matérias-primas desnecessárias na produção de novos produtos e na produção de energia. Graças a estas estratégias, o Porto e os Municípios LIPOR não estão expostos ao risco da escalada de preços no tratamento de resíduos que se perspetiva pelo resto do país, devido à falta de espaço nos aterros, e que poderá levar a que muitos municípios tenham de passar a tratar os seus resíduos noutros países, exportando-os com altíssimos custos.

 

Transição Energética

A cidade do Porto tem assumido um papel de destaque na transição energética em Portugal e na Europa. Com a seleção para a Missão Europeia das 100 Cidades com Neutralidade Climática até 2030, a aprovação do Pacto do Porto para o Clima, a constituição da empresa municipal Águas e Energia do Porto e a participação na rede ENNO – Energias do Norte, o Porto tem vindo a afirmar-se como um território com visão estratégica, capacidade de execução e compromisso com uma transição energética justa e inovadora.

Esta transição, não se resume à produção de energia renovável. Envolve a descarbonização dos edifícios, a digitalização das infraestruturas, a participação dos cidadãos em comunidades de energia, a criação de redes inteligentes e resilientes, o combate à pobreza energética e a aposta em soluções tecnológicas de elevado valor acrescentado.

A ação climática deve, também, preparar a cidade para eventos extremos e reforçar a gestão eficiente dos recursos e infraestruturas públicas, de forma a evitar falhas como os apagões e garantir a continuidade de serviços essenciais em qualquer cenário.

A cidade tem agora a oportunidade de consolidar e expandir políticas já iniciadas, colocando a energia no centro de uma estratégia para o bem-estar, a competitividade e a sustentabilidade urbana.

Num quadro de incerteza dos preços da energia, com potencial exclusão de famílias vulneráveis, incertezas na regulação nacional e entraves legais à partilha de energia, burocracia excessiva no licenciamento e ligação à rede de projetos renováveis e ameaças de ocorrência de eventos climáticos extremos com, impacto na rede elétrica em termos de segurança de abastecimento, o Porto alcançou já uma posição forte e de relevo em termos nacionais e europeus. Neste paradigma, importa relembrar o ponto de partida dos compromissos que se assumem:

  • Compromisso político forte assumido com a Neutralidade Carbónica até 2030.
  • Criação do Pacto do Porto para o Clima que promove a participação de todos.
  • Infraestrutura de iluminação pública quase 100% convertida para LED e preparada para sistema de telegestão e sensorização.
  • Desenvolvimento pioneiro e inovador de comunidades de energia renovável em bairros municipais.
  • Existência da empresa municipal Águas e Energia do Porto com competências e escala.
  • Participação ativa em redes europeias e intermunicipais como NetZeroCities, Energycities, Eurocities e recentemente a ENNO – Energias do Norte.

 

COMPROMISSOS

No mandato 2025-2029, assumimos o objetivo claro de acelerar a transição energética, com justiça social e eficiência, investindo em inovação urbana, segurança de abastecimento e gestão sustentável dos recursos. Queremos que o Porto seja um exemplo na Europa, tanto pela capacidade de evitar falhas de sistema como pela prontidão para responder, mesmo em caso de apagões ou eventos extremos, garantindo serviços públicos continuados e cidadãos informados.

 

Governança Climática Participada
  • Pacto do Porto para o Clima
    • Consolidar ações do Pacto do Porto para o Clima como instrumento orientador e mobilizador da estratégia de neutralidade carbónica da cidade.
    • Promover o reforço da presença ativa e envolvimento dos diferentes subscritores, assegurando os compromissos públicos e os planos de ação da cidade.
    • Disponibilizar publicamente indicadores de progresso e metas de descarbonização, articulados com a metodologia de monitorização do Contrato Climático de Cidade, no âmbito da Missão Cidades da União Europeia.
    • Envolver entidades académicas, centros de investigação e organizações da sociedade civil no acompanhamento e validação técnica do percurso da cidade rumo à neutralidade.


  • Participação, Educação e Cidadania Climática
    • Expandir os espaços Energy Hubs a todas as freguesias, com serviços permanentes de aconselhamento, formação e apoio técnico.
    • Reforçar o Programa Municipal de Educação para a Sustentabilidade em articulação com escolas, universidades e ONGs, reforçando as competências em sustentabilidade desde a infância.
    • Lançar plataforma digital de transparência climática e dados abertos, acessível e interativa, para reforçar a literacia.
  •  
Energia Renovável, Eficiência Energética e Pobreza Energética
  • Produção de energia renovável descentralizada 
    • Instalar 6 MW de capacidade de produção fotovoltaica em bairros de habitação municipal, garantindo que todas as famílias possam beneficiar de comunidades de energia renovável e autoconsumo coletivo, promovendo justiça energética e inclusão social.
    • Reforçar a instalação de produção de energia renovável em equipamentos e edifícios municipais, reduzindo a dependência da rede e as emissões de gases com efeito de estufa.
    • Apoiar a criação de comunidades de energia renovável em escolas, IPSS, condomínios e zonas empresariais, com modelos de governação comunitária, inclusivos e participativos.
    • Expandir a participação do Porto na ENNO – Energias do Norte, dinamizando projetos intermunicipais de produção e partilha de energia renovável.
    • Ligar as comunidades de energia renovável à aplicação digital municipal, permitindo aos cidadãos acompanhar, de forma simples e transparente, a produção, o consumo e as poupanças energéticas.
    • Alargar o programa “Porto Solar” e “Gamificação nas Escolas” a todas as escolas municipais, incentivando a literacia energética e a participação ativa das crianças e jovens.
    • Desenvolver ações complementares de formação, capacitação e sensibilização junto das famílias residentes em habitação social, reforçando o conforto térmico, a adoção de comportamentos eficientes e a ligação positiva à transição energética nos bairros municipais.
    • Manter o benefício fiscal já existente de redução do IMI para proprietários que instalem sistemas de produção de energia renovável para autoconsumo, individual ou coletivo, incluindo a participação em comunidades de energia renovável, promovendo a adesão contínua e incentivando a sustentabilidade no edificado urbano.
  • Erradicação da pobreza energética
    • Implementar o programa “Casa+Porto” para habitação vulnerável, assegurando a melhoria das condições térmicas e energéticas através do isolamento, equipamentos eficientes e integração de fontes renováveis, com prioridade aos agregados familiares em situação de maior vulnerabilidade.
    • Promover intervenções em isolamento, equipamentos eficientes e integração de energias renováveis, com soluções de baixo custo, impacto imediato e elevada replicabilidade. 
    • Desenvolver planos de intervenção integrados por bairro, combinando ações de reabilitação com medidas sociais, educativas e de capacitação comunitária.
    • Criar um sistema municipal de identificação e acompanhamento contínuo das situações de pobreza energética, articulando dados do setor da saúde, da ação social, da educação e do consumo energético real, promovendo uma resposta proativa e adaptada às realidades locais.
    • Garantir articulação plena com a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza Energética e com o Plano de Ação em Consulta Pública, assumindo uma implementação ambiciosa e coerente com as metas nacionais, com medidas concretas que coloquem o Porto na linha da frente das soluções locais para a erradicação da pobreza energética.
  • Porto Fundo de Energia
    • Criar um fundo de investimento municipal orientado para a transição energética e climática, com capital inicial público e mobilização de investimento privado e europeu.
    • Apoiar intervenções de eficiência energética, autoconsumo, mobilidade elétrica e reabilitação sustentável, abrangendo famílias, empresas, instituições e associações locais.
    • Priorizar intervenções em contextos de maior vulnerabilidade e promover a adesão a comunidades de energia renovável e projetos coletivos.
    • Articular com incentivos municipais como a redução do IMI ou taxas urbanísticas, fomentando a adesão a soluções sustentáveis.
    • Assegurar um modelo de gestão transparente e orientado para resultados, com indicadores públicos de impacto social, ambiental e económico.

 

Infraestruturas Inteligentes e Resilientes
  • Iluminação pública inteligente e resiliente
    • Reforçar a implementação do plano de iluminação inteligente, tirando partido da infraestrutura já existente, praticamente 100% convertida para LED e preparada para smart cities, através da instalação de sensores, regulação dinâmica e novas funcionalidades adaptadas ao uso real e ao contexto urbano.
    • Incorporar pontos de carregamento elétrico em colunas de iluminação em zonas de difícil acesso.
    • Reduzir a poluição luminosa e melhorar a perceção de segurança noturna, especialmente em bairros vulneráveis e zonas de lazer.
    • Utilizar a rede de iluminação pública inteligente e o seu sistema de controlo remoto como infraestrutura base para o desenvolvimento de uma rede de comunicação de emergência, a ser ativada em situações de crise ou eventos extremos, garantindo informação útil, acessível e localizada para os cidadãos.


  • Resiliência da rede elétrica e de emergência urbana
    • Desenvolver um protocolo municipal com E-REDES para reforçar a capacidade, digitalização e redundância da rede de baixa tensão, especialmente nos edifícios e serviços públicos estratégicos.
    • Criar sistemas prioritários de alimentação elétrica para emergências em escolas, centros de saúde, quartéis de bombeiros e outros equipamentos municipais, garantindo a continuidade dos serviços essenciais em caso de falha prolongada da rede.
    • Implementar centros de comando de energia e redundância digital nos edifícios estratégicos da cidade.
    • Comunicar com os cidadãos via SMS/app em caso de evento extremo, garantindo instruções claras e eficazes.

 

Mobilidade Sustentável
  • Mobilidade Elétrica 
    • Eletrificar 100% da frota ligeira municipal com recurso a compra verde e leasing sustentável.
    • Implementar 250 novos pontos de carregamento, 100 dos quais integrados na rede de iluminação pública inteligente.
    • Apoiar a instalação de carregadores em condomínios e parques habitacionais, com soluções partilhadas e de gestão comunitária.
    • Criar rede de carregamento bidirecional (V2G) em zonas piloto, permitindo interação entre veículos e rede elétrica.

 

Inovação, Digitalização e Economia Circular
  • Biogás e economia circular
    • Produzir biogás na ETAR do Freixo e outras instalações da Águas e Energia do Porto, promovendo a valorização energética de resíduos orgânicos.
    • Usar biometano na frota de resíduos e limpeza urbana, reduzindo emissões e dependência de combustíveis fósseis.
  • Inovação e Inteligência Artificial Urbana
    • Desenvolver soluções de inteligência artificial para a gestão energética, mobilidade e infraestruturas públicas, com enfoque na eficiência, previsão de consumos e resposta a eventos extremos.
    • Recolher, agregar e tratar dados em tempo real sobre energia, ambiente e mobilidade, para apoiar a gestão urbana baseada em evidência.
    • Promover o uso de dados abertos municipais para incentivar a inovação tecnológica e a criação de soluções por parte de cidadãos, empresas e centros de conhecimento.
    • Consolidar a zona da Asprela como Living Lab de inovação urbana sustentável, reforçando o seu papel no teste de soluções em contexto real e promovendo a sua replicação para outros territórios do concelho.

 

Cooperação Regional e Internacional
  • Liderança energética metropolitana e regional
    • Reforçar a cooperação, coordenação e partilha de experiências com os municípios da Área Metropolitana do Porto e da Região Norte, promovendo uma abordagem territorial integrada à transição energética e climática.
    • Trabalhar para posicionar a Região Norte como um exemplo europeu de território neutro em carbono, articulando esforços nas áreas da energia, mobilidade sustentável, inovação e economia circular.
    • Reforçar o papel do Porto na ENNO, LIPOR e AdEPorto – Agência de Energia do Porto, promovendo sinergias operacionais e de financiamento.
    • Liderar candidaturas conjuntas aos programas LIFE, Horizon Europe, InvestEU e NetZeroCities, para mobilização de recursos e inovação partilhada.

Reafirma-se o compromisso do Porto com a liderança climática, combinando experiência, resultados já visíveis e vontade política de aprofundar uma transição justa, segura e inteligente.

A cidade continuará a consolidar o que está em operação e funciona,as  redes inteligentes, as comunidades de energia, a redução de riscos, e a criar respostas para os desafios que se avizinham. É um compromisso claro de governar com ambição e responsabilidade: mais energia renovável, mais inovação, mais resiliência, mais justiça social.

O Porto deve seguir firme no caminho da neutralidade carbónica como projeto concreto, estruturado e acessível.

 

Bem-Estar Animal

A visão estratégica do Porto como cidade mais verde, resiliente, inclusiva e sustentável, com metas ambiciosas, encontra no meio ambiente e nos animais uma vertente de enorme importância.

A abordagem holística que promovemos apoia-se em diferentes pilares, como o planeamento urbano ecológico, os espaços verdes, a gestão eficiente de recursos naturais, como água, os resíduos e a energia, finalizando no não menos importante Bem-Estar Animal.

Sabemos hoje de que o animal tem um papel central na vida de todos, sobretudo nas crianças e idosos, trazendo uma harmonia com evidentes benefícios diretos, tais como;

  • O combate à solidão e o estímulo emocional, 
  • A facilitação de relações sociais e a inclusão, 
  • A promoção da atividade física e do desenvolvimento infantil.

Durante os últimos anos, o bem-estar animal deu no Porto um salto qualitativo gigante, desde logo pela construção e funcionamento do Centro de Recolha Oficial de Animais do Porto, alicerçado numa estratégia integrada para o bem-estar animal que, valorizou os recursos humanos afetos a este espaço, bem como criou condições de dignidade para os animais que nele são acolhidos, tratados e orientados para adoção responsável. A somar a isto, a criação de dois parques caninos, a promoção do bem-estar animal no concelho, bem como o controlo e adequação do tratamento dos animais errantes, são pontos que foram abordados com seriedade, em articulação permanente com organizações da sociedade civil que se vão dedicando à causa animal, com evidentes benefícios para toda a cidade.

Importa, por isso, delinear novas ações e compromissos alicerçados no trabalho de qualidade até então desenvolvido.

 

COMPROMISSOS

  • Criar mais parques caninos, se possível em todas as freguesias da cidade;
  • Criar rotas verdes passíveis de estimular passeios com animais, ligando bairros a parques e zonas ribeirinhas e/ou zonas de descanso e implementando bebedouros com fontes de água também para animais;
  • Criação do Provedoria do Bem-Estar Animal com os seguintes objetivos:
    • a avaliação e envio de queixas/reclamações sobre bem-estar animal e o seu tratamento junto dos serviços da CMP; 
    • a promoção da adoção responsável junto da população; 
    • funcionar como facilitador da relação entre o Município e associações no âmbito do bem-estar animal.
  • Maximizar a utilização das instalações do, Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) para reforçar protocolos de colaboração com associações, no âmbito do bem-estar animal, com foco nas que já têm protocolos bem-sucedidos com o Município na aplicação do método CED e, robustecer os protocolos de colaboração com outras entidades, nomeadamente o Hospital Veterinário do ICBAS-UP;
  • Reforço das campanhas de promoção da adoção responsável e do cuidado com os animais, estimulando a socialização dos animais para maximizar as adoções bem-sucedidas;
  • Promover a adoção para fins de agentes de terapia para todas as faixas etárias;
  • Reforçar a aplicação do método Captura-Esterilização-Devolução (CED) para controlo de colónias de gatos, em articulação com associações no âmbito do bem-estar animal;
  • Melhorar a oferta de cuidados de saúde aos animais, através de protocolos entre o município, a universidade e os atuais prestadores de serviços de saúde animal.

Uma Cidade Saudável

A descentralização de competências em saúde atribui um papel aos municípios que o Porto tem de assumir, suportado num histórico muito relevante de boas práticas em saúde comunitária. Nesta vertente, destacam-se ações em envelhecimento ativo, saúde mental, a saúde oral e o trabalho em rede.

Os desafios não são, todavia, menores e incluem o combate às desigualdades territoriais e a uma exclusão social crescente, exigindo respostas que passem por melhor planeamento local e forte articulação institucional. A ação municipal tem de ser complementar à do Sistema Nacional de Saúde, com o foco na prevenção e na integração.

De facto, mais do que envolver-se diretamente no tratamento da doença, o Município deve ser uma agente fundamental na promoção da prevenção da doença, atuando a montante, sendo um indutor e facilitador de estilos de vida mais saudáveis na cidade, promovendo ativamente a saúde e o bem-estar dos portuenses.

 

Construir sobre o trabalho feito e suprir limitações existentes

O Porto beneficia de uma presença forte de instituições de saúde bem implantadas na cidade e da articulação sólida entre academia, inovação e cuidados de saúde. É reconhecida a excelência do ensino e do conhecimento científico local aplicável em muitas áreas da saúde, bem como a boa articulação do sistema público de saúde com as IPSS e o setor privado.

A rede social e comunitária está consolidada com iniciativas pioneiras em saúde mental comunitária e programas de consumo assistido de drogas com bons resultados.

Desenvolveremos doravante parcerias para aumentar exponencialmente a capacidade de prestar cuidados de saúde oral, tendencialmente gratuitos, aos mais vulneráveis.

Os recursos humanos nos serviços municipais são qualificados, com capacidade técnica para apoiar políticas de saúde com abordagem holística e experiência acumulada em projetos intersetoriais.

Tudo isto ajudou ao desenvolvimento no Porto de uma cultura de inovação em saúde pública, área em que lidera em ciência a nível nacional, bem como do potencial de replicação de boas práticas.

O tecido social da cidade apresenta ainda desafios consideráveis, como baixa literacia em saúde em algumas comunidades, desigualdade no acesso a cuidados de saúde primários e crescimento da exclusão social.

Num nível operacional, existem carências diversas que penalizam a eficiência e a eficácia dos serviços, tais como a ausência de instrumentos digitais de apoio à decisão, a inexistência de dados abertos sobre saúde local e a falta de dados para monitorização eficaz.  Acrescem a falta de mecanismos de avaliação contínua e a fragmentação de iniciativas e projetos, que são fatores penalizadores do impacto.

Tendo o Porto instituições fortes e consolidadas, o caminho passa, desde logo,  pela melhoraria da articulação institucional na cidade.

 

COMPROMISSOS

O Município do Porto articula a gestão dos Centros de Saúde com a ULS João na zona oriental  e com a ULS Sto. António na zona ocidental, exigindo a melhoria da capacidade de coordenação.

As verbas inscritas em PRR para remodelação e construção de Centros de Saúde serão rigorosamente aproveitados, por forma a melhorar as condições de trabalho dos profissionais e melhorar o acesso dos cidadãos:

  • Nos primeiros 100 dias, teremos uma equipa dedicada a agilizar todos os licenciamentos e lançamentos de concursos de construção civil dos novos Centros de Saúde, para que vejam a materialização rápida das melhorias no terreno.

O alicerce das diferentes propostas de intervenção assentará numa estratégia municipal de saúde a médio e longo prazo, que ajude a:

  • estabelecer uma coordenação estável entre os principais atores e a integrar políticas de diferentes setores;
  • garantir o alinhamento entre diferentes níveis de governação;
  • suprir a descontinuidade de políticas públicas decorrente das mudanças políticas;
  • aumentar os níveis de confiança entre os setores público, privado e social.

A colocação no terreno dessa estratégia recorrerá a diferentes instrumentos, sempre em articulação com os parceiros municipais nesta área:

  • a criação do Plano Estratégico de Saúde do Porto 2025–2030;
  • a constituição de um Conselho Municipal da Saúde;
  • o lançamento de um Gabinete Local de Saúde Pública;
  • a criação do Observatório da Saúde do Porto com dados abertos e funcionalidades de análise territorial para promover políticas mais efetivas, nomeadamente na prevenção e rastreio, face à heterogeneidade do território.
  • a implementação da Rede Municipal de Cuidadores;
  • o desenvolvimento de Programas como “Porto em Movimento”, “Porto Diagnostica+”, “Escolas com Saúde+”, “Porto Aproxima”, “Domingo é da Cidade” e “Porto a Sorrir+”.

Importa ainda referir a importância de uma visão integrada em Saúde (One Health), promovendo a interdisciplinaridade que reconhece a ligação entre a saúde humana, animal e ambiental e que exige uma colaboração próxima entre diversos atores da cidade, numa relação estreita de interdependência entre várias áreas. As oportunidades de melhoria e, as sinergias transversais que irão garantir impacto efetivo serão ancoradas num conjunto de boas práticas existentes e a desenvolver de forma integrada no que designa por Saúde em Todas as Políticas (Health in All Policies), nomeadamente:

  • o potencial de integração da saúde em políticas urbanas, em especial a habitação, a educação, a mobilidade e transportes, ambiente e planeamento urbano de zonas verdes e de lazer;
  • a educação como vetor de promoção da saúde, a criação de redes comunitárias de apoio, e o envelhecimento ativo como eixo estratégico;
  • o desenvolvimento de plataformas digitais de saúde, suportado por financiamento europeu para digitalização e prevenção;
  • as parcerias estratégicas com as universidades e os centros de investigação e a inovação social aplicada à saúde, com envolvimento dos cidadãos no planeamento da saúde.

Educação para uma cidade justa, inclusiva e inovadora

A Educação é o alicerce de uma cidade mais coesa, desenvolvida e preparada para o futuro. No Porto, reconhecemos os avanços e os recursos disponíveis – desde o dinamismo cultural e ambiental à excelência dos profissionais da educação – mas é urgente agir sobre fragilidades estruturais que colocam em risco a igualdade de oportunidades e o sucesso escolar de todos.

As vertentes de atuação que consideramos pertinentes são apresentadas e justificadas a seguir com um breve diagnóstico, seguindo-se as propostas concretas de intervenção.

Esta visão assenta na convicção de que a educação é o eixo estruturante de uma cidade mais justa, coesa e preparada para o futuro. É nosso compromisso transformar o potencial já existente no Porto numa rede educativa mais inclusiva, inovadora e solidária, onde cada criança e jovem possa aprender, crescer e realizar o seu projeto de vida.

 

COMPROMISSOS

Para as crianças viverem numa cidade mais feliz

Uma dinâmica mais ativa para as crianças passa pela possibilidade de usufruírem de espaços de convivência interessantes e com qualidade, dentro e fora da escola. Assim, pretendemos reforçar as infraestruturas e as atividades para dar resposta e apoio nos períodos fora da escola e em que formalmente cessam as atividades letivas. 

  • Criação de 20 novos parques infantis;
  • Mais vagas em campos de férias com atividades educativas e inclusivas, através do alargamento da Missão Férias com prioridade aos portuenses e alunos das escolas do Porto.

 

Melhoria da Rede Escolar

A situação mais preocupante é o estado de degradação acentuado em muitas escolas do 2.º/3.º ciclo e Secundárias, por falta de investimento do Governo central ao longo de décadas. Agora que toda a rede escolar é de gestão do Município devido à descentralização, esses investimentos de melhoria vão acontecer, colocando as nossas escolas ao nível dos cuidados e atenção que já existiam com as escolas do 1º ciclo e jardins de infância.

As nossas propostas de intervenção incluem:

  • Exigir as verbas necessárias para investir na reabilitação urgente, principalmente nas escolas do 2.º e 3.º ciclo/Secundárias, muitos deles em estado de abandono, enquanto se mantém a manutenção das escolas do 1.º ciclo, já bem cuidadas. Identificamos nove escolas a requalificar ou a melhorar significativamente, com um investimento previsto de 150 milhões de euros;
  • Abrir as escolas ao fim de semana, através de protocolos com associações de pais ou outras instituições da cidade, para possibilitar a utilização dos espaços desportivos e parques infantis;
  • Aumentar as vagas em creches, mobilizando um fundo municipal de apoio às instituições e organizações para aumentar rapidamente a oferta;
  • Usar fundos europeus para requalificação, capitalizando sobre a experiência dos técnicos municipais experientes na área de obras escolares;
  • Garantir redes de internet funcionais em todas as escolas de todos os níveis de ensino, à semelhança do que já acontece nas do 1.º ciclo, como parte de uma política de transição digital justa;
  • Participar na aposta nacional na área da transição digital (Escola+Digital) para as escolas e no setor da educação.

 

Planeamento e Coesão Territorial

A ausência de delimitação oficial das áreas de influência dos agrupamentos e a falta de dados georreferenciados atualizados sobre a população e a rede escolar, agravadas pela resistência institucional à redefinição de redes escolares, impossibilita uma melhor organização na colocação de alunos, agravando a sobrelotação em certas escolas.

As propostas de intervenção incluem:

  • Criar uma comissão de coordenação interinstitucional, tirando partido da competência e dinâmica da equipa municipal de educação e do conhecimento aprofundado dos agrupamentos, por parte dos diretores das escolas;
  • Realizar um mapeamento rigoroso dos territórios escolares e articular com o Ministério da Educação uma definição clara das áreas de influência de cada agrupamento, promovendo uma distribuição mais equitativa dos alunos.

 

Integração: Educação Inclusiva e Multicultural

O Porto é uma cidade cosmopolita com experiência multicultural, que tem visto um aumento significativo da população imigrante jovem nas escolas. Há experiência dos agrupamentos de escolas com a diversidade cultural e, os projetos-piloto existentes apresentam bons resultados, embora sejam ainda poucos.

Não obstante, o programa nacional para a inclusão linguística de alunos e pais estrangeiros sofre de fragilidades conhecidas, o que é agravado pela escassez de mediadores interculturais adequadamente formados. Isto aumenta o risco de insucesso escolar entre alunos estrangeiros e de crescimento de tensões interculturais, por não haver uma integração eficaz. Urge, pois:

  • Criar programas intensivos de apoio à integração de alunos estrangeiros e respetivas famílias nas escolas, com mediação intercultural, através de recursos humanos e materiais adequados.
  • Promover programas bilíngues e o diálogo multicultural nas escolas, com enfoque no respeito mútuo, na diversidade e na inclusão.
  • Explorar as possibilidades de captação de financiamento para a integração.

 

Apoio a Alunos com Necessidades Específicas

Existe sensibilidade crescente nos docentes para a inclusão de alunos com necessidades específicas e, os assistentes operacionais estão atentos ao contexto social dos alunos.

Importa reforçar a formação específica dos trabalhadores das escolas, dado existir uma clara insuficiência de recursos humanos especializados em educação especial, o que causa uma sobrecarga dos docentes com formação em necessidades educativas especiais e a dificuldade em garantir equidade de apoio entre agrupamentos. Propõe-se nesta vertente:

  • Implementar programas motivacionais e personalizados para alunos com necessidades específicas, com enfoque na sua integração e sucesso escolar.
  • Reforçar a formação dos assistentes operacionais, figuras essenciais na detecção precoce de sinais de exclusão, bullying e outras problemáticas.
  • Reforçar os protocolos com instituições de apoio psicológico e social.

 

Educação Digital e Ética

As fragilidades na ética do digital, assentam no facto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) serem ainda tratadas com um foco exclusivamente técnico e não ético, por falta de recursos pedagógicos e de tempo para o trabalho transversal. Isto facilita o caminho ao aumento de comportamentos digitais aditivos e à exposição a conteúdos nocivos, como a desinformação e o discurso de ódio.

Propomo-nos nesta importante vertente:

  • Desenvolver programas municipais de Cidadania Digital Eticamente Esclarecida, que complementem a estratégia nacional “Escola + Digital”, abordando temas como cyberbullying, privacidade, pegada digital e combate à desinformação ou cibersegurança.
  • Participar ativamente no plano nacional Escola+Digital, promovendo o reconhecimento crescente da importância da cidadania digital.
  • Colaborar com instituições universitárias na criação de conteúdos pertinentes.
  • Promover a integração do tema em programas municipais e curriculares.

 

Promoção da Cidadania e Responsabilidade Cívica

Esta é uma área crítica para a saúde da nossa Democracia. A apatia política e o desinteresse dos jovens são ainda exacerbados se não existir um estímulo contínuo. O que acontece, porém, é uma falta de programas estruturados de debate e participação jovem a nível municipal, sendo importante uma maior articulação entre escola e autarquia nesta matéria.

Como pontos positivos encorajadores, temos jovens com consciência social e política emergente e, escolas secundárias com projetos de cidadania já implementados, sendo importante desta feita:

  • Criar programas de debate argumentativo entre escolas secundárias, promovendo o pensamento crítico, a participação democrática e o espírito cívico, envolvendo associações cívicas e culturais do Porto.
  • Promover um circuito de debates municipais escolares.
  • Envolver nesta problemática as associações cívicas e culturais do Porto interessadas e relevantes para o tema.

 

Apoio Social e Combate às Desigualdades

A autarquia tem já um histórico de atuação no apoio social e no combate às desigualdades, sendo complementada pela rede de apoio social escolar existente que tem capacidade operativa. Apesar disso, persistem alunos carenciados sem acesso a refeições complementares e os critérios de atribuição de apoios nem sempre são uniformes.

Importa apoiar os alunos e as suas famílias na medida das suas necessidades, sem complexos, sempre com realismo e monitorização pelo facto de a crise económica poder agravar as desigualdades. Importa destacar como propostas:

  • O reforço dos apoios alimentares (pequenos-almoços e lanches) a alunos carenciados das escolas do 2º, 3º ciclo e secundárias.
  • A criação de bolsas de mérito que valorizem o esforço académico e o comportamento cívico dos alunos mais vulneráveis.
  • A ação direta da CMPorto, bem como o estabelecimento de parcerias com IPSS e empresas locais para ampliar os apoios. 
  • Coordenação de parcerias entre as instituições de ensino e de saúde, na lógica da deteção das desigualdades e da prevenção do agravamento de problemas decorrentes das vulnerabilidades identificadas.

 

Apoio aos profissionais da escola

Potenciar um plano de formação e apoio contínuo a todos os profissionais da escola. Os profissionais que fazem a escola acontecer no seu dia a dia serão convidados a participar em sessões de formação de diversas matérias. O município criará modelos participativos entre escolas, promovendo a eficiência operacional e a participação cívica e académica nos diferentes #challengers# nacionais e internacionais.

 

Ambiente Escolar Seguro

O caminho já feito pela autarquia inclui o Programa “Escola Segura” da PSP, já com sucesso reconhecido, e a sensibilização crescente para a segurança emocional e física.

Constata-se, porém, o aumento de casos de bullying e violência juvenil, o que é preocupante face à falta de alcance de medidas pontuais sem estratégia continuada. Importa ter uma articulação com as forças de segurança e programas de envolvimento da comunidade.

As propostas incluem:

  • Articular o programa “Escola Segura” da PSP com a Polícia Municipal, reforçando a segurança e o bem-estar nas escolas para que todos se sintam seguros.
  • Expandir o alcance deste programa a todos os níveis de ensino, com maior envolvimento da comunidade escolar (encarregados de educação, professores).
  • Promover a formação em segurança e prevenção de violência escolar.

Juventude

Numa cidade como o Porto, o tecido juvenil é, por natureza, heterogéneo. As motivações, interesses, percursos e objetivos dos jovens são diversos, com preocupações e oportunidades que se cruzam e convergem. Esta candidatura pretende dar ferramentas para que os jovens sintam a cidade, a vivam e nela construam os seus futuros. Para que se sintam acolhidos e que possam crescer com raízes no Porto.

Os temas prioritários são diversos, mas indissociáveis, e tocam muitos dos temas centrais à cidade e a todos os portuenses. A resposta às necessidades da juventude deve acontecer em múltiplas frentes, articuladas entre si e em consonância com a realidade da cidade. É fundamental que os jovens portuenses e os que escolhem a nossa cidade para viver possam singrar de forma equilibrada, justa e serem felizes e realizados. Os jovens são a garantia do nosso futuro coletivo, devem ter condições para ficar no Porto, desenvolver-se e constituir família, salvaguardando o futuro da cidade.

O Porto é amplamente reconhecido pela sua forte oferta formativa, uma referência entre os jovens e o meio académico. A Academia do Porto, com instituições de excelência e uma vasta diversidade de áreas de estudo, lidera no país e está entre as melhores do mundo. Este é um trunfo para os jovens portuenses e uma oportunidade para atrair, ano após ano, milhares de jovens que fazem da cidade o seu lar.

O Porto é um íman de talento, e tem trabalhado para o fixar. Cada vez mais empresas escolhem o Porto para estabelecer as suas sedes, e muitas outras, impulsionadas pelo dinamismo da cidade, aumentam a sua oferta de emprego. Hoje, jovens altamente qualificados encontram na cidade polos de inovação, oportunidades e empresas de referência internacional. Paralelamente, jovens com menos qualificações académicas têm também acesso a oportunidades profissionais diversas. A cidade deve manter este rumo: atrair e fixar talento, promover projetos conjuntos entre instituições de ensino e empresas e criar pontes para o futuro.

 

COMPROMISSOS

Jovens e Coesão Social

Apesar destes eixos estarem já bastante consolidados, é fundamental reforçar a coesão social, nomeadamente através de programas dirigidos aos jovens NEET, que não trabalham, nem frequentam qualquer formação. A inclusão destes jovens exige soluções integradas e sustentadas.

É central nas nossas propostas, o desenvolvimento do maior e mais ambicioso plano de capacitação dos jovens, em articulação com diversas organizações representativas da juventude e organismos do Estado orientados à formação e empregabilidade, reforçando a literacia digital e tecnológica, cívica, e social. Programas internacionais, regionais, e setoriais serão desenhados para superar os desafios atuais de exclusão, desinformação, ou simplesmente bullying.

 

Habitação

Criadas as oportunidades de emprego e construída a vontade de ser e crescer portuense, há que garantir condições para que os jovens que queiram se possam fixar na cidade. A questão da habitação é uma preocupação central: como poderá um jovem viver no Porto se a sua capacidade económica não acompanha os valores do mercado habitacional? Este é um desafio transversal no país e na Europa, mas que carece de soluções adaptadas à realidade da cidade.

  • Programas como o Porto com Sentido” têm promovido o arrendamento acessível, e o investimento neste tipo de soluções será reforçado. Para responder à dificuldade específica dos jovens, é fundamental implementar uma política de quotas que lhes reserve, de forma garantida, uma percentagem destas habitações.
  • Ciente das limitações de recursos públicos, o município deve continuar a atrair investimento privado, nomeadamente em regime de Built to Rent, garantindo, sob coordenação municipal, que estes projetos respondem às necessidades dos cidadãos jovens. Deve também ser reforçado o apoio à criação de cooperativas de habitação, alargada a isenção do IMI e majorados os apoios governamentais ao arrendamento jovem.
  • Uma alternativa complementar poderá passar pelas comunidades de co-living, pensadas para jovens da mesma faixa etária ou também como resposta de coesão social, na qual jovens e seniores coabitam em simbiose. Estas soluções podem ser um passo intermédio importante para a emancipação e autonomia  efetivas de jovens adultos. 
  • Em resposta a uma crise habitacional, todas as soluções devem ser consideradas: existe um programa com história na cidade, realizado em articulação entre a Câmara Municipal do Porto e a Federação Académica do Porto: Programa Aconchego. Este programa, agiliza a possibilidade de seniores que vivem em isolamento e de acordo com a sua vontade, poderem acolher temporariamente, estudantes do ensino superior para viver em sua casa. Queremos dar uma nova dinâmica ao Programa Aconchego, agilizando uma procura ativa de seniores disponíveis em profunda articulação com as Juntas de Freguesia, e de jovens estudantes com a FAP, tendo em vista constituir pares sénior–estudante que facilitem o acesso à habitação, ao mesmo tempo que combatem a solidão e o isolamento.

 

As comunidades

Sabemos o que é viver na nossa cidade: o bairrismo, o orgulho no quarteirão, na rua e na entrada de casa. Esta capacidade de criar comunidade, tão característica do Porto, não pode ser esquecida no desenho das políticas públicas. A autarquia deve assumir, cada vez mais, o papel de facilitadora dos grupos formais e informais de cidadãos que se organizam para cuidar da cidade e do espaço comum, à escala do bairro e do quarteirão, fortalecendo as redes de vizinhança. Os jovens, pela sua natureza dinâmica fruto da idade, podem ser indutores claros e cidadãos muito envolvidos nestas iniciativas de participação ativa na vida da cidade.

 

Segurança 

Apesar de Portugal ser um dos países mais seguros do mundo, e os factos e números afirmam-no claramente, a perceção de segurança deve ser tida em conta. A cidade deve continuar a garantir essa confiança, com medidas como o aumento de zonas vídeo-vigiadas, a integração de tecnologias de inteligência artificial para deteção de comportamentos de risco, a rápida resposta das forças de segurança, a presença de esquadras móveis e policiamento de proximidade, bem como o apoio com guardas noturnos em zonas que o justifique

 

Cultura

Uma cidade jovem é também, uma cidade com uma oferta cultural rica e eclética. No Porto, temos vindo a assistir à transição para uma cultura cada vez mais descentralizada, que valoriza os seus espaços históricos, mas que também se reinventa, chegando a todos e se expressa de formas diversas. O investimento na cultura deve, manter e reforçar esta lógica de proximidade e envolvimento com a comunidade, onde os jovens e portuenses podem ser positivamente discriminados no acesso aos espaços culturais da cidade.

 

Saúde e Qualidade de Vida

Transversalmente, a promoção da saúde, física e mental, é um pilar de uma cidade moderna. Os jovens mostram crescente interesse por estilos de vida saudáveis, e o município pode ser catalisador dessa mudança no quotidiano. É fundamental cuidar e criar espaços de lazer, apoiar programas de bem-estar e incentivar a prática desportiva junto das comunidades e organizações juvenis. Nesta dimensão, ganha especial enfoque o envolvimento e o apoio às organizações juvenis, representativas de jovens e jovens estudantes, procurando estimular a sua atividade de proximidade com outros jovens.

Aos espaços de lazer associam-se às áreas verdes que, para além de promoverem o convívio e serem locais de fruição, constituem importantes pólos de biodiversidade com elevado valor do ponto de vista ambiental. Os jovens têm acolhido de braços abertos a ação do Município do Porto, em matérias ligadas à transição climática e à causa animal. Os jovens, têm marcado a última década pela contestação e pelo apelo a um futuro mais sustentável, que depende do contributo de todos. Apesar dos vários desafios que se colocam à cidade, é fundamental prosseguir este caminho, reforçando a ligação entre sustentabilidade, bem-estar e a qualidade de vida dos portuenses.

 

Jovens pais

Com todas as condições que se lhe oferecem, muitos jovens residentes na cidade optam por constituir família. A falta de vagas em creches é, para eles, uma preocupação que pode afastar jovens adultos da cidade. Esta candidatura, pretende assumir-se como promotora de soluções integradas, envolvendo agentes públicos e privados na resposta a esta necessidade e reforço dos protocolos para aumentar as vagas em creches, com diferentes instituições, a fim de facilitar a permanência de jovens pais no Porto.

 

Organizações juvenis e associações de estudantes

A relação do município com as instituições juvenis e com as associações de estudantes deve ser continuamente fortalecida. São estes os jovens que, no dia a dia, com dedicação e sentido cívico, fazem a diferença nas suas comunidades e cujo potencial importa apoiar e potenciar. É fundamental, criar condições para responder de forma célere a pedidos destas organizações, procurando sempre colocar o Município como facilitador das suas atividades. Estas entidades são também canais privilegiados de comunicação com a juventude, uma comunicação que queremos mais próxima, participativa e bidirecional.

 

Participação nas decisões

São vários os desafios que os jovens enfrentam no Porto e que devem ser trabalhados, mas são também múltiplas as oportunidades para lhes oferecer uma melhor qualidade de vida. Queremos promover políticas públicas holísticas, concretas e com impacto real, que respondam às suas verdadeiras necessidades e contribuam para o bem-estar de todos os que escolhem fazer a sua vida no Porto. Para isso, é essencial reinventar os modelos de participação e cooperação, envolvendo os jovens nos processos de decisão.

Pretendemos revisitar o modelo do Conselho Municipal de Juventude, procurando que dê uma resposta mais efetiva a esta necessidade de maior participação e envolvimento nas decisões. Constituído e em funcionamento, necessita de um modelo de dinamismo e participação atualizado. Nos primeiros 100 dias de mandato, pretendemos uma reunião deste Conselho focada especificamente no redesenho do seu funcionamento, co-construído e co-desenvolvido com as organizações que dele fazem parte, tendo em vista potenciar modelos mais frescos, simples e modernos de gestão autárquica.

Queremos os jovens a participar ativamente na construção de novos modelos operacionais, junto dos diferentes atores da cidade. A Câmara Municipal deve articular com as escolas profissionais e o ensino superior, estudos, trabalhos e estágios profissionais que permitam partilhar com a sociedade o retorno do investimento efetuado e, facilitem o ingresso no mercado de trabalho.

Uma cidade que não deixa ninguém para trás

A área social, pela sua transversalidade, representa um dos pilares fundamentais da ação política a nível local, especialmente numa cidade como o Porto, marcada por contrastes entre zonas de grande desenvolvimento económico e áreas com fragilidades sociais estruturais. Questões como a habitação, o envelhecimento da população, a integração de imigrantes, a pobreza e o acesso a serviços de saúde e educação continuam a exigir respostas integradas, inclusivas, estruturantes e inovadoras.

Numa altura em que enfrentamos novos desafios, como o aumento do custo de vida, a imigração, a pressão sobre a habitação, e as consequências sociais das transições digital e climática, importa construir uma visão robusta e partilhada para o futuro social da cidade.

Assim, a ideia de desenvolver estratégias e programas de ação que, através de modelos de co-criação, possam (e devam) envolver todas as diversas áreas de atuação da autarquia, as “forças vivas” da cidade e seus habitantes, com o objetivo de promover a inclusão, integração e o desenvolvimento social … uma Cidade de Todos e para Todos!

Identificam-se os principais vetores estratégicos para, sustentar propostas políticas transformadoras com impacto e ambição para a cidade, nomeadamente:

  • Uma rede consolidada de instituições sociais e solidárias, com forte presença da sociedade civil;
  • Uma cultura de proximidade com forte envolvimento comunitário, através de associações culturais e recreativas;
  • Vários programas municipais inovadores com intervenção em diversas áreas;
  • Acesso a serviços públicos básicos (saúde e educação, entre outros);
  • Proximidade da academia, universidades e centros de investigação, que podem contribuir para a criação, acompanhamento e monitorização de políticas sociais.

 

COMPROMISSOS

Para que as iniciativas concretas que se apresentam abaixo tenham sucesso e impacto efetivo no tecido social a que se dirigem, é imprescindível que possam tirar pleno partido:

  • da interação e das parcerias estratégicas com a universidade e diversos movimentos sociais para promoção da inovação social.
  • do desenvolvimento de sinergias entre os diversos agentes (públicos e privados) na partilha de “boas práticas” e do saber escalar/ajustar às diversas realidades e espaço.
  • do recurso às novas tecnologias na promoção de melhor acesso a serviços sociais e oportunidades.
  • do envolvimento cívico de todos e da participação democrática da comunidade.
  • dos financiamentos europeus destinados a investimentos sociais.

 

Laboratório de Design Social: Grupos Cívicos e Infraestruturas

  • Promover, através do envolvimento de várias instituições de ensino superior e entidades/empresas identificadas como parceiros ativos, a capacitação das ONG’s e IPSS da cidade do Porto. Esta capacitação funciona como um facilitador que possa apoiar estas organizações a focar-se no seu trabalho social, reduzindo o impacto de atividades obrigatórias burocráticas. Pretende-se desenvolver esta capacitação a diversos níveis, tais como:
    • Comunicação/imagem com os diferentes atores da Comunidade (parceiros, destinatários/utilizadores, mecenas, vizinhos, entre outros);
    • Gestão Financeira;
    • Gestão de RH (programas de incentivos / avaliação de desempenho, entre outros);
    • Avaliação de Resultados e de Impacto;
    • Estratégias de angariação de fundos e novas oportunidades de financiamento.
  • Contribuir e apoiar uma melhor aceitação pela Comunidade, bem como uma maior robustez e sustentabilidade das organizações que disso necessitam, permitindo a prestação de um melhor serviço à Comunidade (win-win-win);
  • Promover a revitalização de infraestruturas existentes e/ou criar em diversas zonas da cidade, disponibilizando-as numa lógica de partilha de recursos entre as diversas organizações da cidade;
  • Promover a partilha de infraestruturas, bens e serviços, promovendo uma otimização dos recursos existentes, mas também uma aproximação entre diferentes organizações, potenciando o trabalho em rede entre estas. 

 

Gabinete Municipal para a Inovação Social, Parcerias Locais e Integração

  • Aumentar a eficiência e sustentabilidade das políticas sociais através de redes de cooperação e inovação. Criando um gabinete transversal que, agilize promova a coordenação entre departamentos municipais, universidades, organizações de carácter social, movimentos cívicos e organizações com respostas do campo da inovação social, com foco na criação, teste e escalabilidade de soluções sociais inovadoras (exemplo: respostas à pobreza infantil, abandono escolar, empregabilidade, integração de migrantes, combate à solidão sénior, integração digna de pessoas em situação de sem-abrigo, entre outras.). 
  • Apoiar a partilha e a aprendizagem de boas práticas de projetos e respostas sociais com provas dadas a nível nacional e internacional.
  • Reforçar em particular a, integração dos imigrantes, nas vertentes social, da habitação, da saúde, linguística e do mercado de trabalho.

 

Rede de Cuidados de Proximidade para Idosos e Cuidadores Informais

  • Combater o isolamento de idosos e reduzir ao máximo a sua necessidade de integração em ERPI’s potenciando uma rede municipal de apoio domiciliário integrada, que vá além dos cuidados básicos, tais como; a saúde mental, o apoio digital, a integração de voluntários e o suporte a cuidadores informais, em articulação com as instituições da cidade.
  • Permitir à população sénior da nossa cidade, viver mais anos com qualidade nas suas casas, e mitigando a necessidade de institucionalizações precoces.

 

Orçamento Colaborativo Social com Prioridade a Jovens e Zonas Vulneráveis da Cidade 

  • Potenciar uma maior participação cívica de populações menos representadas e, a criação de soluções inovadoras a partir do território, através do lançamento de edições temáticas – por exemplo: inclusão, educação não-formal, saúde mental e cultura comunitária – do orçamento colaborativo municipal exclusivamente dedicada a projetos sociais, com quotas de participação garantida para jovens e, moradores de zonas de maior vulnerabilidade. Envolver mais os cidadãos na decisão sobre os Orçamentos Colaborativos, aumentando e reconhecendo a sua importância nestes processos.

 

Plataforma Digital Unificada de Acesso a Serviços Sociais

  • Promover maior transparência, redução da burocracia e melhoria no acesso da população aos direitos sociais através do desenvolvimento de uma plataforma digital (acessível via web e app) onde qualquer cidadão possa, por exemplo: verificar a sua elegibilidade para apoios; marcar atendimentos sociais; consultar serviços disponíveis por zona. Essa plataforma deverá ser acompanhada por locais físicos de apoio para pessoas com baixa literacia digital, garantindo a inclusão de todos. Promover a imediata identificação de todas as situações de emergência social.

 

Pessoas em situação de sem-abrigo

A tendência no Porto tem sido o aumento do número de pessoas em situação de sem-abrigo (PSSA) nos últimos anos. Embora não haja soluções milagrosas, pretendemos implementar algumas das seguintes medidas:

  • Trabalhar numa maior coordenação entre as entidades que compõem o NPISA por forma a que a informação flua entre todos e assim se obtenham melhores resultados com maior eficiência;
  • Reforçar o comprometimento da AMP com este desiderato. Importa que as respostas direcionadas a esta população seja robustecidas, através do envolvimento dos vários municípios na criação de respostas locais, evitando ainda mais o desenraizamento destas pessoas dos seus locais de origem;
  • Profissionalizar os Técnicos Gestores de Processo que acompanham PSSA, garantindo uma dedicação exclusiva a esta população, assim com assegurar que as equipas multidisciplinares trabalham também em horários noturnos que ajudem a ter melhores resultados;
  • Potenciar e desenvolver respostas inovadoras, de segurança que garantam a dignidade a pessoas em que se encontrem em situação de sem-abrigo.
  • Melhorar a resposta do Município, nomeadamente no Inverno, especialmente nos períodos de vagas de frio, garantindo a salvaguarda com mais vagas de emergência e durante os períodos necessários para retirar as pessoas das ruas, especialmente nesses períodos;
  • Aposta em soluções de habitação partilhada, projetos de housing first em parceria com as instituições, soluções que estão hoje testadas como sendo as que obtêm melhores resultados, na integração das pessoas em situação de sem-abrigo. 
  • Melhorar as condições no Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano e ampliar as suas valências;
  • Restaurantes solidários – avaliar a implementação no terreno da mais recente unidade e avaliar novas necessidades. Alargar se necessário.

 

Idosos em primeiro plano

Existe uma transversalidade de políticas com foco nos mais idosos, distribuídas ao longo do Manifesto Eleitoral, quer no âmbito da habitação, na mobilidade, no combate à solidão, na promoção do desporto, entre outras.

Importa destacar, neste particular, a importância do envelhecimento ativo e do envolvimento dos mais idosos na comunidade. Pessoas que tanto já deram à nossa cidade, merecem ser tratadas com o maior respeito e valorização.

Nesta secção, queremos destacar:

  • Reforço do Programa Táxi Saúde Porto +65, com reforço de mobilidade em táxi para portuenses com mais de 65 anos que necessitem de se deslocar a centros de saúde ou hospitais, aumentando de 18 para 20 viagens anuais;
  • Criação, em parceria com as instituições que já estão no terreno, de programa de combate ao isolamento sénior, especialmente focado nas pessoas que vivem sozinhas e que precisam mais dessa atenção. Em articulação com as Juntas de Freguesia em ação de proximidade e, criando uma rede articulada de profissionais e voluntários nesta matéria;
  • Melhoria das condições de habitabilidade, especialmente focadas no combate à pobreza energética das pessoas mais vulneráveis: através do Fundo de Energia que, permitirá financiar melhorias de eficiência energética das casas. Nas habitações sociais do Município, o objetivo passa por criar e expandir as comunidades de energia renovável que possibilitem energia limpa a melhores preços para as pessoas.
  • Residências partilhadas + 65: a criação das residências partilhadas +65 como o projeto para a antiga Escola Ramalho Ortigão, pretende aumentar o leque de soluções que ultrapasse as habitações partilhadas que já existem.
  • Aprofundar o trabalho em parceria com Unidades Locais de Saúde e Equipas de Saúde Comunitárias, mas também de cuidadores formais e equipas de serviço social tendo em vista uma mais célere identificação de casos de idosos que necessitem de apoio.

 

Integração Social

Garantir que todos, sem exceção, sejam tratados com igualdade e dignidade. Vamos criar um Pelouro da Integração Social que se ocupará, de forma transversal, de todas as áreas relacionadas com a integração de imigrantes, desde o trabalho, educação, saúde, desporto, entre outras valências.

A integração das pessoas que vêm de fora é fundamental para não se aprofundarem em problemas de segregação, xenofobia e exclusão decorrentes de uma deficiente e inexistente integração. É uma matéria de equilíbrio social, garantindo uma saudável convivência entre os que já cá estão e os que chegam.

  • Desenvolver medidas de curto prazo, integradas numa estratégia a longo prazo. Resolver hoje e não deixar para daqui a 10 anos. Para isso não podemos deixar ninguém para trás;
  • Aprendizagem da Língua – programa atrativo para os professores e complementar ao existente, tendo em vista a aprendizagem da língua Portuguesa pelas pessoas que chegam;
  • Aumentar os mediadores linguísticos/culturais para as escolas (incluindo diversos membros da comunidade, desde logo as crianças, os jovens e os pais);
  • Articular com as ULS as questões relativas à literacia em saúde, a vacinação, rastreios, entre outras).

 

Pessoas com deficiência

  • Promover a inclusão social das pessoas com deficiência mantendo atendimento com equipa dedicada que articule com as instituições por forma a apoiar as pessoas com deficiência, incapacidade ou necessidades especiais;
  • Apostar em programas de integração em empresas e no setor público;
  • Apoiar as famílias na identificação dos programas e na interlocução com as instituições;
  • Programa de melhoria, em parceria com outras instituições, das condições de habitabilidade e acessibilidades em habitações para pessoas com deficiência e/ou incapacidade permanente. 
  • Identificação e resolução das situações que impactam com a mobilidade relacionadas com o espaço público e, acessibilidade em edifícios públicos.

 

Vítimas de Violência Doméstica

A violência doméstica é um dos problemas sociais graves e persistentes da atualidade. Este fenómeno que, atravessa todas as idades, géneros e contextos socioeconómicos têm um impacto devastador na vida das pessoas e das famílias. Exige-se ao Município que seja capaz de fazer mais, apoiando as campanhas de prevenção e denúncia. Assim, pretende-se:

  • Manter uma estrutura de acolhimento de emergência e apartamentos de autonomia, alargando o sistema de proteção e promover a sua integração;
  • Desenvolver programas de prevenção junto da população para, fomentar grupos de autoajuda trabalhando com as instituições do setor;
  • Investir na qualificação dos técnicos para identificação precoce de casos desta natureza.
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Desporto

A importância do desporto na vida da cidade do Porto é inquestionável. Faz parte da vida de todos os portuenses e, por isso, tem uma dimensão política forte. Mas hoje, refletir ou planear sobre desporto é algo muito complexo. Há cinquenta anos, falar sobre Desporto, era a rivalidade e a afirmação de contextos específicos, sempre centrados no amor clubista. Hoje, aumentou muito a sua importância e abrangência social: todos os grupos etários, todos os cidadãos, passaram a exigir condições de acesso aos seus anseios de um bem-estar, onde a qualidade dos espaços e serviços de atividade física e desportiva estejam completamente garantidos.

Quando o município pensa em desporto, tem de articular iniciativas para todas as idades, desde a prática ao ar livre (parques, rio e mar) aos espaços cobertos e do desporto de competição à prática do desporto informal para lazer e recreação.

A cidade desenvolveu, nos últimos anos, intervenções a diversos níveis, recuperando de décadas de estagnação e total dependência do movimento associativo desportivo. Reencontraram-se plataformas de cooperação entre os empresários de eventos e serviços e foram recuperadas instalações que estavam muito degradadas ou inoperacionais e apostou-se na remodelação do sistema de gestão partilhada com as instalações das Escolas, mas a verdade é que podemos fazer mais.

A célula base do desporto ainda continua a ser o clube desportivo, com envolvimento e voluntariado, que lhe dá a verdadeira dimensão cultural e de formação cívica que o torna único. Mas vivemos numa cidade apetecível pela sua qualidade de vida, e, após 12 anos intensos e de muitas concretizações, temos de continuar o caminho.

 

COMPROMISSOS

  • Apostar na relação de proximidade, garantida pela Câmara Municipal e pelas Juntas de Freguesia, com as escolas e os clubes, com as organizações desportivas e os promotores de eventos ligados ao desporto, criando uma rede interativa que permita ter mais eventos desportivos que garantam e promovam a prática desportiva dos portuenses;
  • Promover a requalificação do parque desportivo da cidade, assegurando a sua manutenção preventiva tendo em vista a garantia da qualidade da prática desportiva da cidade;
  • Potenciar a prática desportiva dos portuenses, através de incentivos à utilização das valências desportivas da cidade, utilizando para isso o Cartão Porto.;
  • Protocolar condições mais vantajosas de acesso a espaços desportivos;
  • Reforçar a oferta de espaços para a prática desportiva formal, apoiando clubes e organizações com obras de requalificação e melhoria de infraestruturas desportivas;
  • Criar mais espaços para a prática desportiva informal, numa lógica de atividade física para todos, capazes de promover a socialização e a inclusão social;
  • Apoiar o desporto como atividade cultural e social dos mais seniores e da comunidade, respeitando um conjunto de modalidades desportivas e protegendo hábitos e tradições;
  • Envolver os clubes e organizações desportivas, as escolas e a academia para construir uma agenda desportiva alargada e participada pelos portuenses;
  • Reconhecer o papel dos atletas do desporto de alto rendimento na representação e como marca da cidade, garantindo incentivos e apoios para que possam competir de igual para igual em todas as outras cidades do país e do mundo;
  • Promover a atividade física adequada aos seniores, tendo em vista a promoção de políticas saudáveis no âmbito do envelhecimento ativo;
  • Lançar um programa de promoção dos espaços de desporto (pavilhões, zonas escolares) em articulação com as entidades, tendo em vista reforçar a rede ao serviço da cidade, das instituições, coletividades e clubes;
  • Abrir os espaços desportivos das escolas ao público fora do horário escolar, para que se aumente o espaço disponível para atividades e prática desportiva, sem comprometer o correto funcionamento destes espaços em horários letivos;
  • Preparar a celebração da Capital Mundial do Desporto 2028, em parceria com o Município de Gaia.

Hoje, o Porto é reconhecido na Europa como uma referência no grupo das “Cidades Inteligentes”, resultado de uma infraestrutura digital robusta (fibra ótica, wi-fi público, videoproteção), de uma plataforma urbana de dados que regista milhares de milhões de eventos — essenciais para a gestão inteligente da cidade — e de um ecossistema de inovação urbana consolidado. Neste ecossistema, destacam-se o Porto Innovation Hub, enquanto espaço de encontro para todos os que encaram a inovação como motor de transformação da cidade — por onde já passaram mais de 25 mil participantes em cerca de 100 eventos —, bem como instrumentos de apoio ao empreendedorismo e ao investimento, como o ScaleUp Porto e a InvestPorto. Graças a estas iniciativas, a cidade atraiu empresas tecnológicas de referência, como a Euronext ou a Natixis, que criaram milhares de empregos diretos altamente qualificados, ampliando o seu impacto também aos concelhos limítrofes da Área Metropolitana.

O ecossistema do Porto é hoje vibrante e pujante. A UPTEC afirma-se como incubadora de referência nacional e internacional e têm emergido iniciativas privadas relevantes, como a “Founders Founders”, uma comunidade empresarial única no panorama português.

Para que o Porto continue a competir no espaço europeu na atração de negócios e talento capazes de gerar desenvolvimento e riqueza, importa responder a vários desafios que se colocam às grandes metrópoles europeias, entre os quais:

  • Reduzir as desigualdades no acesso e reforçar a literacia digital entre os cidadãos;
  • Reforçar competências internas em Inteligência Artificial (IA) e cibersegurança, prevenindo a obsolescência tecnológica e reduzindo vulnerabilidades a ciberataques;
  • Criar um espaço emblemático de dimensão internacional para a inovação e estimular programas de apoio a empreendedores com ambição global, reforçando a base já existente na cidade.

Os recursos e competências necessários para este percurso são, em grande medida, endógenos. O Porto dispõe do saber para orquestrar e implementar uma estratégia alicerçada em:

  • Parcerias e projetos estratégicos do município com instituições de ensino superior, centros de I&D, indústria e serviços de base tecnológica;
  • Expansão das redes internacionais de conhecimento e inovação, muitas delas lideradas a partir da cidade, em áreas como a saúde, as engenharias ou a cultura;
  • Cruzamento entre arte, tecnologia e território como motor de regeneração, a partir de experiências já em curso;
  • Regeneração urbana de espaços subutilizados (como o Silo Auto);
  • Recurso a financiamento europeu para iniciativas de IA, cibersegurança, ética digital e capacitação.

 

COMPROMISSOS

 

Reforço da Infraestrutura e Conectividade Urbana

Expandir e consolidar a infraestrutura digital da cidade, assegurando serviços mais seguros, robustos e acessíveis. A nossa proposta inclui a evolução do atual Centro de Gestão Integrada, que monitoriza em tempo real a situação da cidade e coordena a resposta a emergências, integrando a Polícia Municipal, a Proteção Civil Municipal e outros serviços essenciais, para um modelo mais inteligente, baseado em dados em tempo real, Inteligência Artificial e mecanismos de decisão preditiva. E inclui também o reforço da eficiência interna e da resiliência municipal através da partilha de ferramentas, plataformas e infraestrutura digital comum. Isto permitirá tornar a cidade mais resiliente a fenómenos extremos ambientais, fenómenos de segurança de massas ou mesmo de segurança individual.

As propostas concretas constroem-se sobre tudo o que já foi feito e incluem o:

  • Alargamento da cobertura da rede de fibra ótica municipal e reforço dos Serviços Digitais Partilhados;
  • Reforço da infraestrutura para suporte a aplicações de IA e gémeos digitais suportados por Plataformas de Dados Abertos;
  • Investimento no desenvolvimento do Centro de Gestão Integrada 2.0 e integração com sistemas de vídeo-proteção, de gestão de mobilidade e de ambiente. Isto inclui o aumento físico das instalações disponíveis para este centro de coordenação;
  • Desenvolvimento contínuo de serviços e ferramentas digitais em ambiente de sistemas abertos, como o Explore Porto, o ReportaPorto e a Plataforma de Gestão Operacional – CityFlow;
  • Cartão Porto., uma marca da cidade reconhecida e valorizada e já com benefícios significativos para residentes e estudantes, terá os seus benefícios alargados com novos serviços que fazem a diferença no dia a dia dos portuenses, detalhados em cada um dos eixos de intervenção a que respeitam.
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Literacia e Direitos Digitais

Promover a inclusão digital, a equidade no acesso e a defesa dos direitos fundamentais no espaço digital, através de:

  • Campanhas de literacia digital para cidadãos e formação básica em IA, convidando todos os colaboradores do universo municipal a construir um plano de formação individual e dotando-os de um nível médio/alto de conhecimento e usabilidade; 
  • Reforço da rede Porto Free Wi-Fi e do acesso aberto à Internet;
  • Protocolar com os operadores de comunicações um plano de cobertura com as novas redes de comunicação, criando um ambiente de favorável para prestadores e utilizadores finais;
  • Implementação da Carta Municipal dos Direitos Digitais.

 

Capacitação para a Inteligência Artificial

Assegurar a preparação das equipas municipais e da estrutura da cidade para uma adoção segura e eficaz da Inteligência Artificial.

  • Programa de formação para técnicos e decisores municipais;
  • Reforço das competências do Fórum Municipal para a Transição Digital e Cibersegurança e criação de um Observatório Municipal de IA;
  • Análise de risco e identificação de casos de uso priorizados.

 

Consolidação do Ecossistema de Inovação e Atração de Talento

  • Fomentar experimentação e cocriação com a comunidade, através de projetos testados em contexto real;
  • Posicionar o Porto como território de conhecimento e oportunidade, recorrendo a programas de atração de talentos próprios e em parceria;
  • Reforçar as centralidades urbanas sustentáveis e tecnológicas, promovendo as start-ups e as scale-ups.

 

Parcerias Estratégicas e Cooperação Internacional

Reforçar a posição do Porto como cidade-líder na cooperação internacional para a inovação e transição digital.

  • Ampliação e aprofundamento das parcerias com as instituições de ensino superior e de investigação da cidade e internacionais;
  • Reforço da participação ativa em projetos europeus, continuando a liderança em áreas fundamentais como a gestão de dados e conhecimento, inteligência artificial e plataformas urbanas;
  • Participação nas atividades e projetos dos programas de parceria internacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (ou nova agência governamental a ser constituída) com o MIT, a CMU e a UTAustin nas áreas de interesse para a cidade, como as energias limpas e a IA.

 

Projeto Âncora: Porto Digital+Indústria

Programa estruturante de transformação digital, desenvolvido em parceria com a indústria tecnológica e a comunidade científica, que explora o conceito de cidade-laboratório e de experimentação aplicada. O programa atua como plataforma transversal de introdução de tecnologia nos serviços públicos da cidade, reforçando as competências internas e a capacidade de integração de soluções inovadoras desenvolvidas em parceria com o setor privado.

Focado em áreas como a inteligência artificial, os gémeos digitais e as plataformas de apoio à gestão urbana nas suas diferentes vertentes, o Porto Digital+Indústria pretende fomentar o desenvolvimento de novos modelos de negócio testados em contextos reais e sustentados por equipas técnicas capacitadas. O programa reforça ainda a articulação entre inovação tecnológica, talento e empreendedorismo, operando em ligação direta com a rede internacional de mais de 250 parceiros da cidade. O Porto Digital+Indústria afirma-se como motor de capacitação interna, valorização do ecossistema empresarial e consolidação do Porto como território aberto à inovação e à criação de soluções urbanas de referência.

Um polo de inovação e fornecimento de serviços de segurança de informação para redes e sistemas IT, fornecerá serviços de última geração para a indústria. Faremos a articulação entre atuais players fornecedores, a comunidade académica, os novos e atuais fornecedores e o setor empresarial. Esta medida será extraordinária para criar valor económico para os atuais recursos humanos da área e para todas as centenas de recém-formados, que frequentemente são chamadas para projetos em empresas internacionais.

 

Projeto Âncora: SILØ

O projeto SILØ representa uma intervenção emblemática no coração do Porto, traduzindo o compromisso da cidade com uma regeneração urbana sustentável, digital e inclusiva. Trata-se da reabilitação integral do edifício Silo Auto, estrutura marcante da era automóvel dos anos 60, situada em plena zona central da cidade. O objetivo é transformar este espaço numa referência internacional de inovação urbana, sustentabilidade ambiental e coesão social, criando uma nova centralidade para o conhecimento, a experimentação e a criatividade.

Com uma área total de cerca de 4.000 m² de escritórios e espaços polivalentes, o SILØ será desenvolvido de forma modular, permitindo a instalação de diferentes valências ao longo do tempo, num modelo adaptável e evolutivo.

Será o epicentro do novo bairro verde e inovador do Porto, assumindo funções estratégicas como centro de operações para equipas técnicas municipais, plataforma de colaboração para startups e investigadores, e espaço polivalente para eventos, residências e formação.

O SILØ será ainda um laboratório vivo da cidade – um espaço de cocriação e um motor de novas parcerias com a indústria e a academia – tornando-se uma infraestrutura-chave para o futuro da inovação urbana no Porto.

Este projeto é, simultaneamente, símbolo e instrumento da transição urbana que o Porto protagoniza: justa, digital e verde.

Atividade Económica

Capital do trabalho e dos negócios privados com grande tradição nacional e internacional, a nossa cidade sempre teve a sua economia baseada no comércio, indústria e serviços de apoio à indústria. A reconversão da zona industrial do Porto num moderno e dinâmico parque empresarial respondeu à procura de espaços para desenvolver novos negócios. Empresas familiares já na segunda e terceira gerações são referência em áreas como manutenção industrial, distribuição de produtos e commodities ou serviços de base tecnológica. Fruto da elevada reputação da academia do Porto e da elevada qualidade dos seus alunos, observou-se na última década o aparecimento de novas empresas nacionais e internacionais muito bem posicionadas nas cadeias de valor globais, geradoras de valor económico e oferecendo ordenados médios bem mais elevados do que a média. O comércio, de tradição secular na cidade e, mais recentemente, o turismo apresentam elevado crescimento, sobretudo em algumas zonas da cidade.

No coração do triângulo Minho-Porto-Aveiro, que lidera a capacidade nacional de competir em produtos e serviços nos mercados mundiais, o Porto é hoje um dos principais polos de inovação e investimento tecnológico em Portugal, com destaque para áreas como software, cibersegurança, fintech, inteligência artificial, IoT, biotecnologia e saúde

A cidade beneficia de um ecossistema empresarial favorável, com incubadoras, como a UPTEC, aceleradoras e iniciativas como a InvestPorto, que atrai empresas nacionais e internacionais.

Desde 2015, foram criados mais de 22 mil postos de trabalho qualificados no setor tecnológico no Porto. Entre 2017 e 2020, houve um aumento de 52% na criação de empregos nas áreas de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), com mais de 4.335 novos empregos registados. Só no último ano e meio, foram criados mais de 4.244 empregos através de 48 empresas com projetos de investimento na cidade.

A Universidade do Porto, tal como o Politécnico do Porto e outras universidades, bem como os seus centros de investigação, oferecem ensino de alta qualidade a cerca de 80 mil estudantes, a maioria dos quais nas engenharias e nas ciências da saúde. Alguns dos institutos de investigação ligados à universidade, como o INESC TEC, o I3S, o INEGI e o CIIMAR lideram nas suas áreas a nível nacional e internacional.

 

COMPROMISSOS

  • Apoiar e estimular a fixação e o crescimento da população residente, uma vez que está iniciada a recuperação da perda populacional vivida nas últimas décadas. Para isso, a cidade necessita de uma economia forte, dinâmica, capaz de atrair mais e melhores empresas com capacidade dos seus trabalhadores poderem viver na cidade;
  • Potenciar a ligação entre a academia, centros de investigação, empresas com capacidade de criar hubs estratégicos de conhecimento na cidade e, capazes de evidenciar a liderança da cidade e, das suas instituições em determinadas áreas estratégicas;
  • Alavancar a atração de investimento nacional e internacional, especialmente focado na criação de mais postos de trabalho qualificados e altamente qualificados, potenciados pelo ecossistema de inovação e conhecimento da cidade;
  • Reforçar a importância estratégica da InvestPorto, tendo em vista um acompanhamento ativo na captação de investimento e, a sua manutenção na cidade, como motor de emprego e inovação no Porto.

 

Comércio

O comércio de rua no Porto enfrenta uma pressão crescente de fatores estruturais e conjunturais. O comércio de proximidade continua a desempenhar um papel fundamental na vitalidade dos bairros, como espaço de socialização, dinamização económica e resistência cultural. É também um potencial fator de atratividade residencial, especialmente num contexto de envelhecimento populacional e pressão turística.

Potenciado pelo enraizamento local de muitas lojas históricas ou icónicas e das nossas gentes, os espaços de comércio e serviços atuam como terceiros espaços ou espaços de fruição e de cruzamento intergeracional e intercultural.

O setor é desafiado por novas dinâmicas de mobilidade urbana, inovação digital e mudanças nos hábitos de consumo, exigindo políticas públicas mais finas, territorializadas e segmentadas.

 

COMPROMISSOS

  • Preservar, apoiar a existência e o surgimento de movimentos culturais e criativos, capazes de revitalizar ou ancorar dinâmicas de identidade e proximidade cultural no âmbito do comércio;
  • Reforçar zonas de descanso e de sombra, garantindo a iluminação adequada e a limpeza regular das zonas comerciais, amenidades cruciais para a experiência de circulação e permanência em zonas comerciais;
  • Combater frontalmente a descaracterização da oferta comercial, com conceitos importados de duvidoso valor ou legitimidade económica, que começa a ser visível em algumas zonas. Para tal é determinante a revisão da Lei do Licenciamento Zero;
  • Exigir a urgente alteração à Lei do Licenciamento Zero, tendo em vista atribuir competências ao Município que permita intervir na proliferação de lojas de souvenirs e de fachada que descaracterizam a cidade.
  • Criar o programa “Comércio com Sentido”, com incentivos fiscais e bonificações a proprietários que disponibilizem espaços a preços controlados, promovendo a instalação ou preservação de negócios alinhados com as necessidades identificadas em cada zona;
  • Reforçar o Programa Porto Tradição, um instrumento de manutenção e modernização de negócios tradicionais considerados fundamentais para a fixação de residentes e para a vida quotidiana da cidade;
  • Promover a inovação na gestão local do comércio, com programa-piloto, em articulação com os gestores de Bairros Comerciais Digitais, que terá um ponto de ligação entre os comerciantes e o município, com responsabilidade pela auscultação das necessidades locais, mediação de conflitos e dinamização de iniciativas.
  • Reforçar o comércio local como espaço de pertença e coesão comunitária apoiando o desenvolvimento de iniciativas locais de associativismo e organização informal de comerciantes, reconhecendo o comércio como lugar de encontro, identidade e proximidade. Importa que os agentes sejam proativos na construção de respostas coletivas e, na dinamização cultural e social das ruas e espaços comerciais, devendo o Município funcionar como um facilitador desta realidade, com meios técnicos.

 

Turismo Sustentável e de Qualidade – mudança de paradigma

Este manifesto defende um turismo que não seja apenas uma atividade económica, mas uma prática cívica e cultural. Um turismo que educa, que respeita e que contribui para uma cidade mais justa, limpa e inclusiva. Um Porto que acolhe, que orgulhosamente exibe e partilha o que de melhor tem, mas que também se protege, recorrendo a uma palavra-chave: regulação.

Reconhecendo o valor inestimável que o turismo trouxe à cidade, apresentam-se os nossos compromissos.

 

COMPROMISSOS

  • Descentralização da oferta turística, através da promoção de atrações e experiências em zonas menos visitadas, para aliviar a pressão sobre o Centro Histórico do Porto;
  • Reivindicar junto dos organismos do Estado a possibilidade da intervenção da Câmara no licenciamento de hotéis e alojamento turístico, atualmente da responsabilidade exclusiva do Turismo de Portugal;
  • Fiscalização rigorosa do alojamento turístico e combate ao alojamento local ilegal;
  • Educação e sensibilização para o turismo responsável, em articulação com os agentes turísticos, apoio à sustentabilidade e certificação em sustentabilidade;
  • Aposta nas boas práticas de eficiência energética, gestão de resíduos e uso de produtos locais e incentivo à certificação ambiental;
  • Campanhas dirigidas a turistas e residentes para, promover comportamentos sustentáveis e respeitosos, mitigando a sua pegada na cidade;
  • Regulação do transporte turístico em articulação com o setor;
  • Reforçar a atribuição e reconhecimento do Selo Confiança Porto;
  • Alterar o perfil do Turismo recebido no Porto, incentivando um perfil de turistas capazes de proporcionar mais retorno aos negócios da cidade sem aumentar o impacto da sua atividade; por exemplo, o Turismo de Congressos e Eventos Corporativos no Porto (Segmento MICE), pelo elevado impacto económico que representa e baixo impacto ambiental.
  • Incentivar, junto das entidades do setor, a promoção de estadias mais longas que consigam articular com outros atrativos fora da cidade, nomeadamente na Região Norte para que o Turismo não se concentre exclusivamente no Porto.

As infraestruturas de transporte atualmente em construção e numa fase avançada de projeto terão um impacto enorme na mobilidade e no desenvolvimento do espaço urbano do Porto. A curto prazo, com as linhas de Metro Rosa e Rubi, atualmente em construção, bem como a reestruturação das linhas da STCP e o Metrobus. A médio prazo, teremos as novas linhas radiais de Metro para Gondomar, Maia e Matosinhos e a chegada da Alta Velocidade. Nenhuma cidade fica indiferente a este nível de investimento, cuja oportunidade de rentabilização irá ocorrer durante a próxima década.

Isto irá permitir à cidade uma transformação profunda na mobilidade, com mais e melhor transporte público, partilhado, confortável, seguro e com zero emissões, com investimento contínuo e reforçado que não pode ser posto em causa, concretizando uma cidade em que as ruas e os espaços públicos são cada vez mais para as pessoas e não para os carros.

Mas, enquanto coração pulsante da Área Metropolitana, a cidade do Porto tem de ser pensada no seu ecossistema natural, com uma articulação cada vez maior com as cidades vizinhas num contínuo de território sem fronteiras pronunciadas. As ligações de transporte público e as suas interconexões, com particular relevância para a multimodalidade, têm de garantir uma agilidade da mobilidade radial para a qual têm de ser resolvidos os estrangulamentos da VCI e os problemas da Circunvalação.

A VCI, uma ferida aberta que rasga a cidade ao meio, é um dos maiores desafios para as próximas décadas. Tal como fizeram, com sucesso, muitas outras cidades europeias em situações semelhantes, é fundamental para a qualidade de vida recuperar o tecido urbano na VCI. Para isso, é determinante que o trânsito de atravessamento da cidade, que liga a Galiza, o Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro ao centro e sul do país, siga pelas auto-estradas circulares e deixe de atravessar desnecessariamente a cidade do Porto. E é fundamental que a VCI seja doravante assumida como uma avenida urbana, coberta em determinados troços, permitindo desenvolver projetos na bordadura criada que financiem essas obras de cobertura de novos espaços verdes como parques e jardins, parques infantis, de lazer ou de desporto. A VCI é para os portuenses e para quem nas cidades vizinhas tem de aceder ao Porto, para trabalhar, estudar, fazer negócios ou por lazer, não é para movimentar mercadorias e pessoas entre o Norte e o Centro e Sul do país: este desígnio tem de ser assumido como estratégico e exige voz firme e intransigente com quem gere esta infraestrutura: o Governo Central.

A Estrada da Circunvalação é uma via muito relevante que, na maioria da sua extensão, representa uma fronteira entre o Porto e os municípios vizinhos. Tal como a VCI, tem sido deixada ao abandono pelos sucessivos governos, na sua maior parte sem passeios e com pouca manutenção. A transformação da Circunvalação tem lhe dar a configuração de uma alameda urbana do século XXI.

 

COMPROMISSOS

 

Medidas de nível metropolitano, regional e nacional

Medidas que exigem articulação do município do Porto com diversas entidades:

  • O Porto deve ser uma voz ativa em relação à mobilidade da Área Metropolitana do Porto (AMP).
  • No que respeita ao MetroBus (BRT), é necessário transformar o problema num benefício. Politicamente, deve sair da alçada da Metro/Estado e passar para alçada Municipal – através da STCP. Não faz qualquer sentido o Estado ter um serviço rodoviário numa das principais avenidas da cidade ou onde quer que seja no Porto.
  • Exigir a entrada em funcionamento da 1ª fase do MetroBus, colocando os autocarros a circular e o sistema a funcionar.
  • Crescente oferta de qualidade de transporte público como propósito maior. O Executivo tudo fará para aumentar a oferta, de forma que os cidadãos tenham as alternativas que ambicionam, permitindo a substituição do carro.
  • Exigir que, assim que concluída a Linha Rosa do Metro do Porto, se avance na concretização efetiva da linha circular, isto é, fazer um anel circular central. Depois da primeira fase (Linha Rosa), o futuro deve passar por uma ligação direta entre a Casa da Música e o Pólo Universitário da Asprela (passando pelo Carvalhido), e dali para a estação de Campanhã, fechando este anel, essencial para intersectar com as linhas radiais de conexão aos concelhos vizinhos.
  • Negociar com a CP o aumento de viagens na linha do Douro, linha do Minho e suburbanos até Aveiro, aumentando a oferta nestes eixos de fundamentais da cidade, uma vez que a linha Ermesinde – Campanhã ainda dispõe de capacidade, permitindo a redução significativa de veículos dos STCP que diariamente percorrem toda a Costa Cabral e demais vias da cidade, transportando cidadãos das cidades vizinhas para o centro da cidade em viagens muito demoradas.
  • Resolver o problema do tráfego de atravessamento no Porto na VCI, com prioridade imediata à resolução de problemas relacionados com veículos pesados. 
    • Exigir ao Governo, nos primeiros 100 dias, a aplicação de todas as medidas já estudadas no Grupo de Trabalho para a VCI, e que levarão ao desvio de grande parte do tráfego de pesados, entre elas, a urgente eliminação das portagens na CREP, a redução da velocidade, a disponibilização de equipas de intervenção rápida em caso de acidente, entre outras.
  • Redesenhar a VCI como avenida urbana, medida a implementar de forma faseada, com intervenção do Governo, à medida que as alternativas forem sendo criadas. Com uma visão a mais de uma década, a VCI pode ser coberta em determinados troços, permitindo desenvolver projetos de habitação na bordadura criada que financiam essas obras de cobertura, com novos espaços verdes como parques e jardins, parques infantis, de lazer ou de desporto.
  • Colocar a ponte D. Maria Pia a funcionar para modos ativos (caminhar) e modos suaves (bicicletas), com preparação nas ligações nas duas cidades. É determinante a articulação entre os dois municípios para uma boa solução nesta matéria.
  • Articular com o Governo, conjuntamente com os municípios impactados, uma solução para a Estrada da Circunvalação, que seja capaz de a transformar numa alameda urbana do século XXI, com passeios, transporte público e espaço verde.
  • Criar parques de estacionamento junto às estações de Metro, em Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos e Gondomar, de baixo custo e seguros, incluídos na rede Andante, como medida crucial para uma nova perspetiva de multimodalidade.
  • Exigir ao Governo a regulação dos TVDE – os TVDE devem ser regulados e sujeitos a um sistema de certificação que garanta padrões de qualidade, segurança e transparência equiparáveis aos exigidos aos táxis.

 

Medidas na Cidade ajustadas por eixos de intervenção

 

Mobilidade Pedonal: uma cidade feita à escala das pessoas 

  • Centro Histórico para as pessoas, para uma cidade mais silenciosa, respirável e viva – uma cidade para passear, conversar e conviver.
    • Devolver mais ruas do Centro Histórico às pessoas, delimitando ainda mais zonas pedonais com percursos pedonais amplos, pavimentos confortáveis e iluminação segura. 
    • Ampliar as Zonas de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC) cujo desenvolvimento tem tido bons resultados. 
    • Implementar um projeto focado na caminhabilidade no Centro Histórico.
  • Reforçar as centralidades da cidade, tornando-as mais humanizadas – são exemplos o Carvalhido, Costa Cabral, Foz Velha, Amial, entre outros. Apostar no redesenho destas plataformas numa única, com pavimento contínuo e prioridade para peões e ciclistas, por forma a serem autênticos centros comerciais ao ar livre, apostando na qualificação de algum comércio e qualidade do ambiente urbano. Criar esplanadas, zonas de estar, arte urbana e um ambiente propício ao comércio local e ao lazer; bem como apostar na acessibilidade plena para todos, sem barreiras físicas. Tornar estas centralidades propícias ao comércio local e ao lazer; e apostar na acessibilidade plena para todos, sem barreiras físicas. 
  • Ruas Escolares seguras para as crianças – Implementar o “fechado ao trânsito” em algumas ruas no entorno das escolas, nos horários de entrada e saída de alunos, evoluindo para espaços permanentemente pedonais e humanizados, oferecendo mais segurança, mais autonomia infantil e mais saúde pública. Reforçar o sentimento de segurança no transporte público para aumentar a confiança dos pais deixaram os seus filhos usarem estes transportes.
  • Porto Inclusivo – Lançar o programa “Porto sem Barreiras”, apostando nas condições de acessibilidade, construindo mais rampas, passadeiras rebaixadas, sinalética tátil e pontos de descanso. As ruas e passeios devem estar acessíveis a quem usa cadeira de rodas, carrinho de bebé ou tem mobilidade condicionada.
  • Porto Caminhável – Ter uma política para dar prioridade à infraestrutura maior da cidade, que é o chão que se caminha, e que será absolutamente importante para a transferência modal do carro para os transportes públicos. Promover a mobilidade ativa sustentável, com passeios confortáveis, seguros e inclusivos.
  • Os Bairros que deixam brincar – Criar mais Zonas 30 ou Zona de Coexistência – Nas zonas residenciais, limitar a velocidade a 30 km/h ou a 20 km/h, conforme os casos, com sinalização automática e fiscalização, para proteger peões e garantir que estar e brincar na rua não seja um risco.
  • Continuar a implementar o programa da Rede 20 – zonas partilhadas entre diversos veículos pela cidade. 
  •  

Mobilidade Ciclável: pedalar com confiança na cidade 

  • Implementar Ciclovias em canal próprio em algumas artérias da cidade, de acordo com o plano da rede ciclável. Trabalhar as restantes hierarquias cicláveis por forma a termos infraestruturas seguras para este modo, sempre de forma planeada para se obter continuidade nos percursos. Reforçar todo o traçado criado de ligação do pólo universitário do Campo Alegre com o da Asprela. Os traçados Trindade-Asprela-S.Mamede, com 4 Km, e Asprela-Parque Nascente-Rio Tinto, com mais cerca de 4 km. No total, estes dois projetos emergentes têm um investimento de 1,5 milhões de euros. Onde não for possível ter ciclovias dedicadas, devemos promover as vias partilhadas, mas sendo obrigatória a redução da velocidade dos automóveis com lombas, sinalética e radares. 
  • Infraestruturas de Apoio ciclável – Para os utilizadores da sua bicicleta própria, mais estações de bicicletas públicas, abrigos cobertos e zonas de manutenção leve, sobretudo perto de escolas, centros de saúde e terminais, com vigilância e acesso facilitado por aplicação móvel. 
  • Reforço do uso das bicicletas partilhadas – O Cartão Porto. será utilizado para promover a disponibilização gratuita de viagens de bicicleta na rede de bicicletas partilhadas já existente na cidade.

 

Estacionamento e logística urbana: organização e equilíbrio

  • Estacionamento em zonas bem servidas por transporte público – construir parques de estacionamento em modelo park & go nas entradas da cidade, em articulação com os municípios vizinhos através da STCP Serviços.
  • Resolução de injustiça relativa ao acesso a avenças de estacionamento para moradores – relativamente a este tema, há muitas famílias com crianças e idosos em espera para o acesso a avença de estacionamento nas ruas junto a sua casa. Queremos, nos primeiros 100 dias do mandato, ter uma solução concreta para a resolução desta injustiça relativamente ao acesso. 
  • Logística inteligente e não invasiva – criar um hub logístico para as entregas de bens no centro da cidade, com a ajuda de bicicletas de carga ou carrinhas elétricas: as ruas ganham espaço, silêncio e segurança.
  • Estacionamento inteligente em zonas de cargas e descargas – instalar sensores para se saber onde há lugares livres, horários bem definidos para cargas e descargas e um reforçar o sistema de fiscalização eficaz para acabar com o estacionamento abusivo.
  • Rede pública de carregamento elétrico – instalar mais postos de carregamento rápido e semirrápido em zonas habitacionais, zonas de serviços e parques de estacionamento, apoiando quem aposta na mobilidade elétrica.

 

Transportes Públicos para Todos: fiáveis, acessíveis, integrados

  • Serviço de rede com maior frequência – expandir a rede e melhorar a integração com todas as entidades que operam na cidade. Precisamos de mais frequência, mais intermodalidade e conectividade eficaz com a primeira coroa da AMP.
  • Rede de corredores BUS e corredores dedicados – sem corredores próprios para a circulação prioritária, capaz de ser competitivo com o automóvel privado, é difícil apostar nos transportes públicos. Implementar os Corredores de Alta Qualidade para autocarros, nomeadamente o da ligação Campo Alegre – Praça do Império, após a conclusão da obra de ligação da zona do Ipanema Park a Bartolomeu Velho.
  • Incentivo à utilização de transportes públicos para residentes – O Cartão Porto. dispõe de algumas viagens gratuitas em transporte público. Será reforçado o número para 30 viagens por portuense.

 

Rede Viária e Ambiente Urbano

  • Cruzamentos seguros e bem sinalizadosrequalificar interseções críticas, instalar semáforos inteligentes e sistemas de controlo de tráfego para reduzir velocidades e aumentar a segurança. Todas as passadeiras devem deixar de ser em cubos para a maior segurança das pessoas de mobilidade reduzida.
  • Promover a densificação urbana com funções mistas – incentivar a reabilitação urbana e a mistura de usos (habitação, comércio, serviços) nas zonas consolidadas, reduzindo deslocações obrigatórias e combatendo o espraiamento urbano, com uma aposta clara numa cidade que valoriza a proximidade.

 

Nova cultura de Mobilidade – Sensibilização, Estudos e Planeamento da Mobilidade

  • Promover um programa de sensibilização para a mobilidade sustentável – promover um programa municipal contínuo de sensibilização para a mobilidade urbana sustentável, envolvendo escolas, associações, empresas e instituições. Estimular a mudança de cultura de mobilidade, apostando em novos comportamentos desde cedo, fomentando o respeito pelo peão, o uso da bicicleta, o transporte coletivo e o espaço público como bem comum.
  • Formar os técnicos municipais para a transição da mobilidade – formar os técnicos da autarquia para os novos paradigmas da mobilidade urbana. Reforçar a capacitação em áreas como desenho urbano, segurança rodoviária, gestão da mobilidade ativa, planeamento ciclável e acessibilidade universal, assegurando soluções técnicas inovadoras e eficazes.
  • Monitorizar regularmente o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável – o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável está em fase avançada de desenvolvimento e carece da aprovação final pelos órgãos próprios. Promover a sua monitorização de cinco em cinco anos, avaliando o progresso e ajustando estratégias. Estudar permanentemente os padrões de mobilidade do concelho, com base em dados reais, para garantir políticas atualizadas e eficazes.
  • Desenvolver o Plano Municipal de Segurança Rodoviária – desenvolver um plano específico de segurança rodoviária para identificar e eliminar pontos negros da mobilidade, reforçar a segurança de atravessamentos e tornar os percursos mais seguros para peões e ciclistas. Priorizar zonas escolares, cruzamentos perigosos e áreas com elevada sinistralidade.
  • Programa de redução da velocidade na cidade, tendo em vista uma redução geral da velocidade a que se circula na cidade, com o objetivo de reduzir acidentes, melhorar a mobilidade urbana pela compatibilização com outros meios de transporte. Incorpora medidas no âmbito da velocidade em zonas residenciais de 30km/h, aumento de vias partilhadas, aumento da rede 20, utilização de meios físicos dissuasores de velocidade tais como lombas, passadeiras elevadas e radares.
  • Reforço do Programa Táxi Saúde Porto +65, com reforço de mobilidade em táxi para portuenses com mais de 65 anos que necessitem de se deslocar a centros de saúde ou hospitais, aumentando de 18 para 20 viagens anuais.

Habitação: viver no Porto

A cidade do Porto, tal como todo o país, enfrenta hoje uma crise habitacional que não se limita às situações de carência habitacional graves – às quais importa continuar a dar resposta com políticas públicas de habitação com renda apoiada -, mas que se alarga agora de forma preocupante à classe média e, sobretudo, aos mais jovens. A dificuldade crescente no acesso à habitação compatível com os rendimentos familiares é um fenómeno que se tem agravado, exigindo soluções novas e ajustadas à realidade.

A atual crise resulta de um contexto global e nacional complexo, marcado pela valorização acelerada do solo urbano, pelo aumento dos custos de construção e por uma forte pressão sobre o mercado habitacional, resultante da atratividade económica, turística e cultural que o Porto soube conquistar nos últimos anos. A resposta a este novo desafio passa por aprofundar o caminho trilhado até à data e alargá-lo, com políticas mais abrangentes e diferenciadas.

O trabalho desenvolvido na última década em matéria de reabilitação urbana, habitação acessível e regeneração social foi pioneiro e exemplar no país, lançando bases sólidas para enfrentar os problemas estruturais da habitação na cidade. O momento atual exige, porém, um reforço destas políticas e uma ampliação dos instrumentos disponíveis, de modo a garantir que a cidade continue a ser um território inclusivo, equilibrado e capaz de acolher todos os que aqui vivem, trabalham e estudam.

O compromisso que assumimos é o de prosseguir e consolidar o percurso iniciado, respondendo com ambição, responsabilidade e realismo a uma crise que, sendo nova nos seus contornos, exige continuidade estratégica, capacidade de adaptação e inovação nas soluções.

Para dar resposta, mais célere à implementação das soluções preconizadas para a prioridade máxima à disponibilização de mais habitação acessível, pretende-se a criação de uma task-force específica, no âmbito dos serviços da autarquia, para estreitar relações com o setor privado, focada em dar prioridade a todos os projetos de habitação acessível.


COMPROMISSOS 

  • Manter o IMI com um dos mais baixos do país para as famílias com habitação própria permanente.


Na produção e reabilitação de habitação pública

  • Continuação da reabilitação do parque público municipal
    Reabilitação dos prédios municipais devolutos e a manutenção preventiva das 13.000 habitações sociais existentes, com especial foco na eficiência energética da construção e na acessibilidade dos fogos.
    Esta medida permitirá aumentar o parque público disponível, incrementar a qualidade de vida e a economia familiar dos inquilinos municipais, e combater fenómenos de pobreza energética e desconforto das populações.

  • Construção de novos conjuntos habitacionais de menor dimensão
    Em núcleos habitacionais distribuídos por todo o território do Porto, em terrenos, lotes ou edifícios dispersos pela cidade, com especial enfoque na inovação da construção, incluindo a sua industrialização através da construção modular mais rápida e de menor custo.
    A dispersão de habitação pública permite combater os fenómenos de exclusão que muitas vezes caracterizam os bairros sociais construídos durante o século passado, incrementando a mistura social e a coesão sócio-territorial da cidade.

  • Aumento do parque público de renda acessível
    Mobilização para renda acessível dos prédios devolutos e dos terrenos municipais disponíveis, e dos que vierem a ser adquiridos por via de compra ou das cedências no âmbito das licenças de construção que vão sendo emitidas.
    O solo municipal com capacidade construtiva deve ser, por regra, utilizado para o reforço da oferta pública de habitação, seja na sua construção, ou no seu financiamento. Se incluirmos os 1.400 novos fogos já em pipeline, será possível aumentar pelo menos até aos 2.000 fogos no médio prazo o stock de habitação municipal, que já é o maior do país.

  • Reforço da bolsa de terrenos municipais aptos para a habitação acessível
    Um dos maiores problemas que a cidade do Porto enfrenta é a escassez de terrenos públicos disponíveis para novas construções. O PDM impõe a cedência ao município de novos terrenos com capacidade construtiva, que devem ser canalizados para a habitação para a classe média e jovens, ou para ajudar ao financiamento das construções que se vão lançando.


Na inovação tipológica e resposta a novas formas de habitar

  • Aumento do número de residências partilhadas
    Com especial enfoque na população mais idosa, a criação de residências partilhadas para pessoas com mais de 65 anos é uma solução habitacional que visa combater o isolamento e a solidão dos mais idosos. De iniciativa municipal, pretende-se materializar a construção de uma residência partilhada no edifício da Escola Ramalho Ortigão, atualmente desativada.
  • Pretende-se fomentar, também, o desenvolvimento de iniciativas privadas nesta matéria, criando melhores condições – com cedência de terrenos, isenção de taxas, conforme os casos – para entidades do setor cooperativo e/ou social disponíveis para investir nestes modelos habitacionais.
  • Estas novas tipologias de habitação são especialmente favoráveis no combate à exclusão e isolamento dos mais velhos, oferecendo ao mesmo tempo uma solução habitacional de qualidade e uma integração social dos inquilinos mais fragilizados.

  • Implementação de soluções inovadoras de combate ao isolamento sénior
    Estímulo às ocupações mistas entre estudantes e inquilinos mais velhos, e/ou soluções tecnológicas no domicílio ao serviço dos mais necessitados, combatendo o isolamento e ajudando na prestação de serviços de saúde.
    Habitar é mais do que sobreviver entre quatro paredes. O isolamento dos moradores mais velhos das habitações municipais é um dos principais fatores que prejudicam a qualidade de vida desta população e que urge combater.

  • Investimento em novas tipologias de habitação acessível
    Novas tipologias de habitação – como o co-housing, o co-living ou o space-as-a-service – podem oferecer habitação acessível e serviços para segmentos específicos da população.
    A inovação na habitação é uma das ferramentas de combate ao aumento do preço da habitação para a classe média, em particular para os mais jovens e os mais idosos.

  • Aumento do número de residências de estudantes
    Através de investimento municipal, da promoção de parcerias com investimento privado e com o estabelecimento de acordos específicos com a academia.
    O aumento da oferta de quartos para estudantes reduz a pressão no parque habitacional clássico, aumentando ainda mais a já a competitividade da cidade como destino da economia do conhecimento. As instituições de ensino superior da cidade acolhem cerca de 80 mil estudantes e muitos dos cursos com as mais elevadas médias de entrada a nível nacional, nomeadamente nas áreas mais procuradas como saúde, economia e engenharias, uma procura não satisfeita que não irá diminuir.


Na gestão social, qualidade do habitat e capacitação comunitária

  • Continuação e reforço do investimento no espaço público
    Nos 50 bairros municipais, para além da habitação deve investir-se no habitat, com uma aposta clara na requalificação do espaço público envolvente.
    A qualidade do espaço vital das comunidades dos bairros municipais é um fator crítico para a qualidade de vida das populações, reforçando a qualidade de vida, as redes de vizinhança e cidadania, e contribuindo para a integração dos bairros no tecido urbano da cidade.

  • Capacitação de moradores e reforço das redes de vizinhança e do sentimento de comunidade e pertença
    Fomentar e apoiar a organização de moradores em associações de moradores formais, ainda que exista um período informal transitório de organização inicial, tendo em vista aumentar o reforço das redes de vizinhança, a interação e o sentimento de pertença à comunidade.
    Os conjuntos habitacionais na cidade são, acima de tudo, os seus moradores. O trabalho social junto dos gestores de entrada dos bairros de habitação municipal, o apoio às associações de moradores, aos clubes ou à população mais jovem é fundamental para a manutenção de um ambiente saudável, seguro e estimulante, contribuindo para a emancipação social e económica dos mais jovens e para a manutenção da qualidade de vida na nossa cidade. Em termos de reforço do sentimento de comunidade e pertença, importa que estas comunidades de vizinhança tenham suporte da autarquia na criação das condições para a realização de eventos e atividades que visem a partilha e convivência entre as pessoas que sejam capazes de alavancar a dinâmica da comunidade residente numa determinada zona. 

  • Reforço do programa Porto Solidário de subsídio aos encargos com habitação.
    O programa municipal de apoio às famílias com dificuldades económicas no cumprimento dos seus encargos habitacionais demonstrou ser um instrumento muito importante na manutenção da habitação de muitos portuenses que, com essa ajuda, conseguem manter contratos de arrendamento ou prestações de casa no Porto, evitando o desenraizamento das populações e combatendo fenómenos de gentrificação e despejo de moradores. De carácter transitório, demonstrou já ser uma excelente ferramenta que vamos promover.

 

Nas parcerias estratégicas e novos modelos de promoção habitacional

  • Estímulo ao renascimento do setor cooperativo no Porto.
    Pela cedência em direito de superfície de longo prazo de terrenos municipais com apetência para habitação.
    O setor cooperativo pode ser um instrumento muito importante na resolução dos problemas habitacionais da cidade, através da organização dos particulares e da autoconstrução. 
  • Aumento da oferta de arrendamento acessível.
    Através do estabelecimento de parcerias com o terceiro setor e com investidores institucionais não comerciais.
    O investimento necessário para colmatar a falha na oferta de habitação compatível com o rendimento dos portuenses é de tal ordem que todos devem ser mobilizados para essa verdadeira prioridade local e nacional, incluindo as instituições sem fins lucrativos.
  • Reforço das parcerias com o setor privado
    Designadamente através de contratos de build-to-rent (construir para arrendar), Parcerias Público-Privadas, empresas de capital misto ou programas de arrendamento e subarrendamento como o Porto com Sentido (Programa existente através do qual, mediante a celebração de contratos de arrendamento ou, em alternativa, por via de acordos de divulgação, os proprietários privados são convidados a colocar os seus imóveis em bolsas, com o propósito de os subarrendar por valores inferiores aos de mercado).


No planeamento urbano, solo e regulação

  • Promoção de habitação acessível em zonas bem servidas por transporte público.
    Permitindo reforçar, com múltiplos benefícios, a articulação entre política de solo, habitação e mobilidade.
    As políticas de habitação só serão bem-sucedidas se forem articuladas com a expansão e qualificação da cidade, em particular nas zonas mais bem servidas pelos transportes públicos, reforçando a ideia de “cidade acessível”. A habitação acessível em zonas mais periféricas, só é verdadeiramente inclusiva se articulada com acessibilidade física e temporal.
  • Estímulo à colocação no mercado de fogos e terrenos devolutos.
    Pelo agravamento do enquadramento fiscal aplicável a essas propriedades.
    A mobilização dos instrumentos que emanam da Carta Municipal de Habitação, aplicados ao levantamento dos fogos devolutos da cidade, contribuirá para a diminuição da especulação fundiária e para o aumento da oferta habitacional na cidade, condição fundamental para a resolução da crise da habitação.
  • Novo modelo para o programa de habitação acessível no Monte Pedral e Monte da Bela
    A utilização do Monte Pedral e do Monte da Bela para modelos de habitação acessível não foi bem-sucedida num modelo de operação integral. Nos primeiros 100 dias estabelecer-se-á um novo modelo para cada uma das operações que passará por envolver mais parceiros e dividir em várias operações em vez de uma operação única.
    Esta não é uma tarefa simples, por isso vamos criar uma task-force, uma equipa dedicada à habitação acessível dentro da Câmara, capaz de agilizar os processos relacionados com a habitação e rematar à baliza neste tema tão importante.

O Porto é uma cidade segura e não tem um problema de grande criminalidade. Existem, porém, fenómenos localizados de pequena criminalidade, que em grande parte se relacionam com o tráfico e o consumo de drogas.

Em relação à Segurança, tema gerido essencialmente pelo Ministério da Administração Interna numa ótica da gestão das forças policiais, o resultado está muito aquém das expectativas, contribuindo para uma degradação do sentimento e da segurança dos portuenses.

E ainda que não exista criminalidade acentuada, se as pessoas se sentem inseguras, é sinal de que tudo deve ser feito para que se sintam mais seguras, tranquilas e felizes. Não podemos aceitar que esse sentimento de insegurança exista no Porto.

A nossa visão global para o tema da segurança materializa-se pela afirmação de que:

  • Qualquer euro utilizado em segurança será sempre para nós um investimento e não um custo. Porque a segurança do Porto e dos portuenses é determinante para a cidade de futuro que queremos construir.

 

Em matéria de Segurança, importa ainda olhar com detalhe para as atribuições e competências da Polícia Municipal do Porto. A Polícia Municipal do Porto (PMP) contribui ativamente para a tranquilidade das comunidades locais, propiciando não só a reposição da normalidade esperada (law enforcement) mas também a proximidade através do policiamento comunitário. Numa lógica de coprodução securitária, as comunidades são convocadas a participar ativamente no desenho e nas estratégias de segurança sem que isso invalide as competências policiais ou a observância estrita da lei.

O investimento feito na PMP nos últimos anos afirmou a sua importância e visibilidade no contexto da segurança do município. A capacitação técnica dos seus agentes – exclusivamente oriundos da PSP – é um garante de respostas operacionais efetivas e profissionais. É, contudo, necessário apostar sistematicamente na formação dos polícias e garantir que o quadro de pessoal da PMP é reforçado em linha com as promessas políticas feitas no passado por diferentes governos aquando da publicação da Estratégia Integrada de Segurança Urbana. Estas promessas falhadas iniciaram-se em 2016, foram sucessivamente renovadas, mas nunca cumpridas.

Sendo a PMP um serviço policial que garante a funcionalidade de outros serviços verticais municipais em matérias específicas (Ambiente, Habitação Social – Domus Social -, Águas e Energia, entre outros) é uma unidade orgânica transversal facilitadora das respostas municipais. A sua disponibilidade permanente é um ativo valioso na dinâmica município-munícipe.

Assumindo uma perspetiva de partilha de informação e otimização de recursos a PMP integra as respostas 24/7/365 do Centro de Gestão Integrada da Câmara. Num mundo de voragem tecnológica e de menos recursos humanos policiais, as ferramentas digitais assumem uma importância central na prestação de serviços just in time, rápidos, adequados e sem “desperdício” operacional.

A PMP deve continuar a ter uma preocupação permanente com o bem-estar físico e mental dos seus elementos promovendo a realização da atividade física, exames médicos regulares e apoio de saúde mental numa lógica de resiliência e desconstrução do estigma. O equilíbrio entre a saúde física e mental assim como o fortalecimento da conciliação família-trabalho disponibiliza recursos humanos mais preparados e resilientes às tarefas policiais, nem sempre de fácil execução. Torna-se evidente a necessidade de continuar a dar boas condições a estes agentes.

Continuar o projeto da concretização das novas instalações da PMP irá contribuir para melhorar significativamente as condições de trabalho da PMP, implementar novos processo produtivos de back-office, novas tecnologias e promover uma melhor administração através da partilha de infraestruturas de utilização comum como a STCP.

É importante continuar e reforçar a proximidade com a comunidade, porque, sendo a PMP um corpo de polícia com abrangência geográfica específica, as intervenções são executadas numa lógica articulada do cumprimento das leis e regulamentos, mas também de proximidade às comunidades locais através de estratégias de policiamento comunitário.

A circunstância dos recursos humanos serem exclusivamente oriundos da PSP garante uma disponibilização de recursos altamente qualificados na segurança pública como facilita a complementaridade operacional em matérias específicas (trânsito, visibilidade, …).

Os agentes têm grande agilidade na resposta a problemas locais, com capacidade de intervir rapidamente em questões que afetam diretamente a qualidade de vida dos portuenses.

Importa continuar a utilizar as sinergias operacionais com o Comando Metropolitano da PSP do Porto, uma vez que o histórico de relacionamento institucional entre as duas forças é excelente, o que facilita o desenho securitário, numa lógica de promoção da segurança e da diminuição do sentimento de insegurança.

 

COMPROMISSOS

Na relação com o Governo, MAI, Ministério da Saúde e Polícia de Segurança Pública

  • Exigir o reforço dos 100 agentes oriundos da PSP para completar o quadro da Polícia Municipal.
  • Exigir um combate forte, musculado e eficaz ao tráfico de droga em crescimento, que tem criado distúrbios evidentes em várias zonas da cidade.
  • A completa desregulação das respostas sociais ao consumo de drogas deixa os toxicodependentes (que são pessoas doentes) completamente desprotegidos. Exige-se, por isso, uma resposta célere do Ministério da Saúde àqueles que procuram tratamento para o fim de consumos aditivos. Hoje, as consultas para este fim têm longas filas de espera que podem durar meses, o que não contribui para o tratamento da doença.
  • A demora nas consultas e completo esquecimento a que estão deixados os toxicodependentes pelos sucessivos Governos, junto com a sua necessidade aditiva, potenciam a pequena criminalidade que incomoda os portuenses, situação que não pode ser tolerada. Importa, por isso, exigir um patrulhamento mais presente nas ruas, por parte da PSP: mais agentes, mais polícia na rua e mais visibilidade policial.
  • Exigir ao Governo a alteração da Lei no que diz respeito à contratação de guardas noturnos para que as autarquias não estejam impedidas de contratar estes agentes complementares de segurança, e assim oferecer este serviço à população durante o período noturno.

 

Na ação direta da Câmara Municipal do Porto

  • Aumentar o quadro da Polícia Municipal do Porto para que possa vir a ter um corpo total de 400 agentes, duplicando a capacidade atual. O reforço de agentes visa a sua maior presença e visibilidade nas ruas, aumentando o efeito dissuasor da criminalidade pela sua presença e aumentando o sentimento de segurança dos portuenses.
  • Apoiar a PSP em todos os investimentos materiais que se justifiquem para aumentar a resposta operacional, nomeadamente na videovigilância e em veículos, conforme a necessidade da PSP. Com isto, pretende-se reforçar as parcerias estratégicas e operacionais entre a PMP e a PSP, otimizando ações conjuntas capazes de fortalecer a segurança pública.
  • Estabelecer projetos de proximidade e policiamento comunitário, aumentando o potencial de fortalecer laços com os cidadãos e instituições locais.
  • Esquadra da PSP na baixa: serão disponibilizadas instalações pela Câmara para uma esquadra da PSP na baixa, estabelecida em articulação com a PSP no quadro das competências de segurança da PSP.
  • Guardas noturnos: 20 novos guardas noturnos, com meios próprios para se deslocarem e abranger áreas maiores e em articulação de proximidade com os cidadãos, a Polícia Municipal e a PSP. Ainda que não seja alterada a Lei para que o pagamento possa ser feito diretamente pela Câmara Municipal, tal atividade será feita em articulação e com apoio a associações de moradores formais e entidades de proximidade local.
  • Investimento contínuo no aumento da sensibilização para atos que potenciam a desordem, os comportamentos desviantes e o desenvolvimento do sentimento de insegurança, a saber: ruído noturno, estacionamento abusivo, ocupação ilegal de espaço público, danos em equipamentos de fruição comum como mobiliário urbano, entre outros. Importa sensibilizar para a sua não ocorrência e para um alerta rápido às autoridades em caso de estarem perante algum caso.
  • Investimento em tecnologias de Smart City e Techpolicing: a digitalização urbana pode integrar melhor a atuação da Polícia Municipal do Porto (ex.: vigilância com recurso a suporte imagético para a mobilidade, sensorização, plataformas de gestão de ocorrências e desmaterialização de processos, etc.)
  • Reforço da fiscalização do trânsito por fiscais: a entrada de mais 30 fiscais reforça a equipa de fiscalização que passará a ter 50 elementos de fiscalização, com poderes para constituir contraordenações. A presença ativa no desaconselhamento de práticas que violem o código de estrada tais como estacionamento em segunda fila, passadeiras ou passeios, lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida e ciclovias será uma prioridade, face às consequências graves dessas práticas para o fluxo do trânsito e a segurança das pessoas. O reforço da ação destes fiscais liberta agentes da Polícia Municipal do Porto para outras funções mais relevantes para melhorar o sentimento de segurança dos portuenses.

Na Cultura: ser capital para sempre

Colocamos a Cultura no centro do projeto municipal com forte convicção, fazendo uma ponte entre o rico passado cultural do Porto burguês do século XIX e início do século XX e a contemporaneidade que se projeta no futuro.

Entendemos a Cultura como forma de compreender e interpretar a Cidade, fator essencial, imprescindível à construção da coesão, da sustentabilidade e do futuro.

A Cultura proporciona à sociedade uma compreensão do mundo, da sua história e da riqueza que emana da diversidade. Arte e a cultura são fundamentais na construção do mundo contemporâneo e da identidade da cidade, projetando-a para o mundo, e são fator de coesão social e qualidade de vida. A Cultura e a dinâmica artística a ela associada provocam a capacidade criativa da sociedade civil.

Falar de cultura é falar de criação artística, educação artística, museus, património, associações culturais, equipamentos culturais, exposições, bibliotecas, jardins, espaços pluridisciplinares. Falar de Cultura é perceber a comunidade de artistas, de pensadores e dar a conhecer toda a rede de espaços culturais da cidade, municipais, nacionais e privados. Falar de Cultura é priorizar o acesso à criação artística, de forma direta e contínua, servindo de elemento aglutinador e estruturante no território da cidade.

A política cultural autárquica deve ter por base uma visão descomplexada, contemporânea e largamente participada, com um entendimento transversal e assumindo que a Cultura e as artes podem cruzar todas as dimensões do ser humano e, por essa razão, são algo transformador que contribui para a liberdade de escolha, favorecendo e impulsionando a ascensão e a mobilidade social e económica.

 

 

Onde estamos hoje e como nos queremos projetar

A Cultura, foi peça chave na grande mudança do Porto desde 2013 e tornou-se prioritária pelo seu papel agregador da sociedade. O Porto, é hoje culturalmente mais rico, mais versátil e, isso é razão de orgulho. As múltiplas apostas culturais do município são de enorme sucesso, acrescentando valor ao património material e imaterial da cidade: o Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre -, o Cinema Batalha, a Galeria Municipal, a nova vida do Museu da Cidade, o Campus Paulo Cunha e Silva, para referir apenas algumas das mais icónicas.

Serralves, Casa da Música, Museu Soares dos Reis, Teatro Nacional de S. João e as galerias de Miguel Bombarda, onde a cultura cruza com a atividade económica, têm já visibilidade e projeção internacional. Mas, o imenso trabalho realizado nos últimos 12 anos pelo Município do Porto construiu alicerces sólidos e deixou matéria substancial para continuar a fortalecer a cidade culturalmente.

O investimento na Cultura terá de continuar corrigindo debilidades e com o objetivo de expandir a sua ação e levá-la a todos os cantos da cidade. Passando pelas artes performativas, pelo cinema, pela literatura ou pela música, queremos continuar a promover novos artistas e afirmamos, sem rodeios, que a Cultura continuará a ser um dos pilares essenciais para o desenvolvimento da cidade.

De 2025 a 2029, o Porto deve afirmar-se como uma cidade onde a cultura é um direito, uma prática quotidiana e uma alavanca de desenvolvimento humano. A Cultura e a criação artística são, por definição, autónomas e livres e criam os seus próprios laços e compromissos, adesões e rejeições. Apostamos numa Cultura descentralizada, inovadora e profundamente enraizada na comunidade. Com visão, continuidade e ousadia, faremos da Cultura o coração pulsante do Porto.

 

 

COMPROMISSOS

Produção Cultural 

  • O investimento nas Artes e na Cultura tem efeitos a médio e longo prazo com repercussão cívica, educativa e socioeconómica. Deve estar menos centrado em custos de estrutura e privilegiar diretamente o apoio à criação e à capacitação dos diferentes agentes e instituições presentes na cidade. Contemplar todas as áreas artísticas, quer ao nível das artes performativas, como, a dança, a Ópera, o teatro, novo circo, teatro com marionetas e a música, quer ao nível da literatura, artes plásticas e visuais ou a arquitetura.

 

Topografia Cultural da Cidade

  • Projeto emblemático no esforço de diversificação geográfica da oferta cultural da cidade destacar-se-á, em Campanhã, o novo polo cultural resultante da reabilitação do ex-Matadouro que dará corpo a um novo museu e a uma aposta continuada que consiga atrair diferentes públicos, com espaços de formação para os artistas e capaz de projetar a cultura nos portuenses e no mundo.
  • Será disponibilizada para consulta toda a informação sobre os centros culturais que já existem, bem como os que estejam ainda “em construção”. Será o caso de novos centros culturais à escala de cada lugar, que sejam espaços de movimento artístico, com alguns programas dedicados à comunidade onde estão inseridos. A par dos grandes Teatros da cidade, as pequenas salas e as salas experimentais, são muito relevantes para a riqueza e diversidade de propostas.

 


Residências artísticas
 

  • Aumento do número de residências artísticas integradas nos agrupamentos de escolas do ensino público, assim como em vários espaços. A título de exemplo, no Parque de São Roque, CACE entre outros.

 

Bibliotecas

  • Criação de bibliotecas de pequena dimensão, nos espaços públicos, como parques e jardins, com programas dedicados às famílias.
  • Com a conclusão das obras da Biblioteca Municipal, teremos um espaço para acolher novos públicos.

 

 

Novos Públicos

  • Ativar o público jovem, apoiando a criação de atividades artísticas destinadas aos estudantes universitários, para que a academia esteja mais próxima e mais presente na fruição artística. As parcerias com a Universidade e o Instituto Politécnico (em breve, Universidade Politécnica) do Porto, instituições de referência a nível nacional e internacional, são fundamentais. As Faculdades de Arquitetura, de Belas Artes e, a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo são exemplos paradigmáticos, mas não únicos.
  • Aumentar a capilaridade da ação cultural para ajudar a tecer o tecido social, reforçando-o, através de apoios a associações locais e juntas de freguesia e do estabelecimento pelo município de pontes para que possam angariar e beneficiar de apoios de mecenato cultural.
  • Lançar um Programa intergeracional – dos 0 aos 99 anos, ligando todos os públicos e os agentes de cultura, promovendo a inclusão e a interligação geracional, com o envolvimento das escolas, associações, empresas, lares e com a especial participação da comunidade estudantil do ensino superior.

 


Fórum do Futuro

  • O Fórum do Futuro, criado pela Câmara Municipal do Porto em 2014, será reeditado e terá lugar, anualmente, na cidade do Porto com o objetivo reunir convidados nacionais e internacionais oriundos de diversas áreas, desafiados a refletir sobre questões fundamentais para a sociedade.
    Todos os anos, será escolhido um tema comum que será discutido com contribuições dos campos desde as artes, política, ciência, filosofia, entre outras. Este Fórum será, como no passado, aberto a toda a sociedade Portuense incluindo palestras, debates entre outras interações.

 


Cultura em Expansão 

  • Uma nova estratégia que passa pelo alargamento do projeto cultural a mais instituições no território, não só levando os artistas reconhecidos mas também dando oportunidade a novos artistas de todas as áreas. Tirar partido do espaço público para promover artes, como por exemplo a música, as artes circences entre outras.

 

Arte Pública

  • Expandir o programa de arte pública, através de um reforço de verba associada à aquisição. 

 

 

Criatório 

  • Aumentaremos a verba associada a este programa destinado a criação por artistas portuenses.

 


Equipamentos e Iniciativas

  • Queremos que as grandes salas do Porto possam estar à disposição dos grandes talentos internacionais, mas também ter espaço para a criação portuense. 
  • Promover programas com as escolas, por forma a que as crianças e jovens tenham acesso à cultura numa lógica de promover as suas capacidades de interpretação
  • O antigo Matadouro será uma âncora com o novo Museu das Convergências, mas também um espaço de multiculturalidade e uma verdadeira avenida de cultura;
  • Vamos promover o Eixo Cultural desde a Casa da Música até ao STOP.
  • Queremos desenvolver mais vantagens culturais para o Cartão Porto. de modo que mais população vá aos eventos culturais nas grandes ou pequenas instituições.
  • Apoiar os espaços de experimentação num programa específico.
  • A digitalização é uma enorme oportunidade e, pode potenciar os jovens artistas, mas também a comunidade científica pelo que teremos um Festival de arte digital a ocupar o espaço público. 
  • Vamos promover concertos nos nossos jardins e parques, numa lógica de contemplação da arte e da natureza. 
  • Vamos apoiar programas culturais para as crianças.
  • Cidade de enorme riqueza e tradição literária, o Porto deve aumentar a oferta de iniciativas que tornem a ficção narrativa e suas histórias, os livros, mais próximos de todos. Fomentaremos eventos que potenciem a rede de livrarias independentes e a disseminação de ateliers de escrita criativa em geografias urbanas afastadas do centro da cidade.
  • Vamos definir uma política de cedência de recursos e equipamentos técnicos e, afetar investimento a esta prioridade, por forma a assegurar um apoio concreto aos agentes culturais e associativos da cidade e criando assim, maior coesão no território urbano e qualidade na oferta. 
  • Pretendemos, apoiar o desenvolvimento de competências nas estruturas culturais potenciando o acesso a verbas estatais e comunitárias.
  • Comprometemo-nos a aumentar a capilaridade da ação cultural contribuindo para tecer o tecido social, reforçando e aprofundando os programas Cultura em Expansão, Criatório e de Arte Pública, garantindo que a oferta cultural na cidade do Porto não estará excessivamente concentrada do ponto de vista territorial, eliminando periferias subalternizadas, não deixando nenhum território da cidade com oferta cultural intermitente e pouco estruturada.
  • Pretendemos potenciar a abrangência e, amplitude dos apoios à criação artística através de convocatórias abertas com a formação de equipas de júris, constituídos por diferentes interlocutores, representativos da diversidade académica, institucional e associativa da cidade. com o objetivo de avaliar e fundamentar a atribuição de verbas disponibilizados pelo Município para a produção, a celebração de contratos plurianuais e, outros destinados à viabilização de realizações pontuais.
  • Será para nós, aposta estratégica promover uma maior articulação com, e entre, os grandes equipamentos de referência do Porto: TNSJ, Serralves, Casa da Música, Museu Nacional Soares dos Reis, Batalha, Coliseu, Centro Português de Fotografia/Cadeia da Relação. Respeitando a autonomia, identidade e a sua ação eclética, de todas estas instituições e equipamentos, pretendemos valorizar e potenciar, tudo quanto têm para oferecer aos portuenses e aos visitantes da Cidade. Entendemos o Município como elo de ligação e agregador de uma efetiva rede que densifica o impacto da ação de todas estas referências da Cidade.

Governação da Câmara Municipal

Numa cidade com o papel central que o Porto tem na área metropolitana, na região Norte e no país, são enormes e muito complexos os desafios que se colocam à governação do município. A nossa preocupação no que respeita à governação assenta em dois vetores fundamentais: um salto qualitativo nos serviços oferecidos aos munícipes e a garantia de uma total transparência nos processos e na informação.

É importante ainda, firmar um compromisso firme com a boa gestão financeira da Câmara Municipal do Porto e das suas diversas empresas municipais. Queremos manter as contas à Porto, equilibradas, com rigor na utilização dos recursos públicos e total transparência na sua aplicação. A Câmara Municipal do Porto deve, em linha com a última década, ser uma autarquia sustentável e responsável, capaz de responder às necessidades do momento sem colocar em causa o futuro da cidade em termos de gestão e boas contas.

Para esta candidatura, é claro: no dia em que perdermos as boas contas, colocamos em causa a nossa Liberdade perante o Governo Central de Lisboa. E isso não vamos admitir.


Serviços ao
Munícipe: proximidade, rapidez na resposta, simplicidade

O lema na relação com os munícipes, é a prestação de um serviço de qualidade, tanto no atendimento ao público como na resolução de ocorrências diversas e na resposta a pedidos de licenciamento e outras autorizações. Os munícipes são os utentes, os clientes que são a razão de ser dos serviços, e estes devem abraçar o compromisso de proporcionar um tratamento de excelência.

COMPROMISSOS

Queremos uma Câmara que serve bem quem vive, trabalha, empreende ou estuda no Porto. Para garantir um atendimento rápido e eficaz, com respostas claras e prazos definidos para cada pedido, o Gabinete do Munícipe vai entrar numa nova fase: mais digital, mais acessível e mais útil.

A modernização dos serviços vai continuar, com novos formulários online, atendimento personalizado e soluções pensadas para facilitar a vida das pessoas. O novo paradigma nos serviços ao munícipe, será centrado na eficiência, na personalização e na antecipação das necessidades, e será suportado por sistemas de gestão de relacionamento com o munícipe (CzRM).

Algumas das ações concretas a levar a cabo:

  • Reduzir a burocracia, alinhando com e potenciando as medidas do Governo: a autarquia quer ser o parceiro-chave de um novo Simplex autárquico;
  • Disponibilizar aos cidadãos as respostas e os prazos de respostas às reclamações, garantindo a anonimização dos dados pessoais;
  • Aumentar a visibilidade da Plataforma Urbana, com dados úteis em ecrãs espalhados pela cidade;
  • Criar uma conta corrente pessoal através da qual cada munícipe pode acompanhar os seus pagamentos e as suas interações com a Câmara;
  • Definir prazos claros e realistas para cada tipo de processo administrativo e ocorrência, garantindo mais rapidez, transparência e previsibilidade para todos e torná-los públicos no Portal do Munícipe.


Transparência:  conhecer a Câmara para confiar nela

O Município do Porto tem uma ampla gama de competências, refletidas numa macroestrutura de serviços. O Portal do Munícipe já disponibiliza informação relevante, incluindo tutoriais de apoio ao utilizador. O compromisso com a transparência articula-se com uma sólida cultura de proteção de dados, a existência de um Canal de Denúncias acessível e a atuação independente do Provedor do Munícipe.


COMPROMISSOS

Acreditando que a confiança se constrói com transparência, vamos tornar mais claro quem faz o quê na Câmara, como são tomadas as decisões e onde é que é aplicado o dinheiro público. Para tal, impõe-se:

  • Que o executivo se foque na eficiência operacional, maximizando as competências e contributos individuais de forma a garantir uma equipa coesa, competente e altamente produtiva e centrada no munícipe;
  • A adoção de um modelo de gestão integrada de planeamento e gestão da CMP, agregando toda a macroestrutura existente e autónoma de cada dirigente ou vereação, assegurando uma gestão partilhada com o foco na eficiência coletiva;
  • A explicitação de forma simples e clara, no site do município, o que faz cada direção, cada departamento, cada empresa municipal e cada entidade participada;
  • A informação sobre como são usados os recursos públicos (financeiros e humanos), comunicada de forma simples e relacionando-a com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS);
  • A informação sobre a contratação pública, disponibilizando no site institucional todos os procedimentos (abertos, em avaliação, adjudicados e concluídos) por ano civil, com documentos e critérios de decisão acessíveis a qualquer cidadão; 
  • O uso de linguagem simples e clara, substituindo o jargão jurídico e técnico sem perda de rigor, em toda a comunicação da Câmara.

Projeto Âncora: Portal de Transparência e Cidadania Ativa

O Portal de Transparência da Câmara Municipal do Porto será reformulado como projeto âncora de governança, alinhado com os princípios de proximidade, simplicidade e transparência. O objetivo é transformar dados públicos em ferramentas de participação e fiscalização acessíveis a todos.

O Portal incluirá:

  • Informação clara e acessível sobre a estrutura municipal (direções, departamentos, empresas municipais e entidades participadas).
  • Gestão financeira transparente, detalhando a utilização dos recursos públicos e relacionando-a com os ODS.
  • Contratação pública detalhada, com todos os procedimentos por ano civil, documentos de suporte e critérios de decisão.
  • Monitorização de reclamações, com consulta pública das respostas e tempos de resposta, garantindo responsabilização e eficácia (com anonimização dos dados pessoais).

Este projeto irá consolidar a confiança dos cidadãos na autarquia, tornando a gestão municipal mais clara, previsível e próxima.