







5 de setembro
Ana Silva Fernandes, investigadora auxiliar da FAUP, e Ricardo Guimarães, diretor da revista Confidencial Imobiliário, foram os convidados da edição das “Conversas à Porto” dedicada à habitação.
É uma das cinco prioridades do movimento “Filipe Araújo: Fazer à Porto” para a cidade do Porto e uma das maiores preocupações dos Portuenses. Esta quinta-feira, a sede de campanha do movimento independente falou e debateu o tema da habitação, numa conversa participada e moderada por Raúl Almeida, gestor e candidato à Assembleia Municipal.
O mote da conversa foi dado pelo moderador que citou um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos: não existem soluções imediatas para o problema do acesso à habitação (…). São necessárias uma visão de longo prazo e uma abordagem integrada: a nível macro, com políticas públicas coerentes, e a nível micro, com projetos individuais.”
Ana Silva Fernandes valoriza “as várias soluções que têm surgido no Município”, onde 13% do parque habitacional corresponde a habitação social. Mesmo assim, sublinha a investigadora, “as maiores carências habitacionais ainda não estão supridas, as solucões para as populações mais vulneráveis continuam a ser insuficientes.” E acrescenta, que “a habitação pública não tem de ser a única solução”, existem outras ferramentas como a renda apoiada ou acessível”. Ana Silva Fernandes chama ainda a atenção para as alterações familiares, como os divórcios, que colocam as famílias em situações muito complicadas e sem margem financeira para encontrar uma nova habitação.
Já Ricardo Guimarães analisou a evolução do mercado e conclui que “a crise de habitação ainda é uma consequência da crise financeira. Passámos muito depressa de uma crise do imobiliário para uma crise da habitação.” O diretor da revista Confidencial Imobiliário considera que “esta crise é muito assimétrica. Há uma franja significativa da população que beneficia da crise, os mais velhos, e uma altamente prejudicada.” Ricardo Guimarães aponta ainda uma grande lacuna: “a falta de mercado de arrendamento”.
No encerramento da sessão, o candidato a Presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, falou sobre a proposta do movimento para enfrentar a crise da habitação. Para o independente, o debate deve começar com realismo e com compromissos. “Eu não faço promessas irrealistas e vãs, sabemos que o que propomos é concretizável e realista”.
Neste sentido, Filipe Araújo diz que é essencial assumir que o problema da habitação não se resolve sem o apoio do setor privado e, por isso, vai criar uma task force para melhorar a articulação com as entidades privadas, incentivando programas como “Porto com Sentido”, que já conta com 200 casas a rendas acessíveis, e Buil to Rent. O movimento vai colocar 1400 casas disponíveis para as famílias, um número que poderá ascender às 2000 e quer ainda fomentar as cooperativas.
O candidato sublinhou ainda que, neste como em outros setores, “a cidade não pode voltar para trás” e só uma gestão independente, sem amarras ideológicas, será capaz de dar continuidade às soluções para o problema da habitação.