

















2 de Agosto
Reportagem
Julho foi mês de altas temperaturas, meteorológicas e não só: andámos pela cidade, de uma ponta à outra, sentimos o calor dos Portuenses, o orgulho na cidade e a vontade aguerrida de ver os problemas solucionados.
Parque do Covelo, fim de tarde de um domingo quente repleto de famílias, espalhadas pelo relvado de mantas esticadas à sombra, pequenas para os fartos farnéis que dão forma às conversas. As crianças brincam, empoleiram-se no parque, rebolam e jogam à bola.
Aqui, o movimento “Filipe Araújo: Fazer à Porto” não é um estranho, é parte dos alicerces do parque. Não poderia ter sido outro local o escolhido para o arranque da recolha de assinaturas. É aqui que queremos fortalecer as nossas fundações, diretamente ligadas à qualidade de vida, a um Porto para se viver, pleno, vibrante e cheio de cor. Conhecemos famílias, algumas que vieram do outro lado do Atlântico para viver no Porto, esclarecemos dúvidas, falámos sobre problemas, de frente, de olhos nos olhos.
Seguimos viagem até à Praça Velásquez, pela Alameda Eça de Queiróz, uma caminhada que deveria ter sido curta, mas que ocupou mais de duas horas, entre conversas e interpelações a quem passa, com crianças, com idosos, em família, a fazer desporto ou a passear o cão.
Os fins de tarde no Porto são assim, sem horas, sem restrições, apenas a saborear o que de vibrante e tão simple temos.
Foi assim no Piquenique Dançante no Parque de São Roque. Música, comida, pés na relva fresca, corpos a balancear em movimentos livres, sem regras. Aqui a cultura ao ar livre acontece há 10 edições, com o mesmo espírito, diz quem organiza e quem usufrui.
Em pleno verão, ainda fomos a “banhos”. As nossas praias continuam a espelhar na cor das areias e do mar a qualidade de “Bandeira azul”. Exemplo disso é a praia do Homem do Leme, que, diz a música, “nada teme” e recebeu quem quer “Fazer à Porto” num convívio relaxado e de troca de ideias.
Mas nem só de domingos se faz à Porto, no querido mês de julho andámos pelas mais de meia centena de ruas do Porto, sentámo-nos nos cafés, nas esplanadas, fomos às zonas habitacionais do Bairro dos Músicos, de Fernão Magalhães, da Agra do Amial, de Francos e de Duque de Saldanha, o bairro mais antigo da cidade que vai agora ser renovado para alegria dos moradores, em especial para as duas mais antigas que ali moram desde que foi construído em 1940. No fim de julho, o Município do Porto lançou um concurso para reabilitar o bairro no valor de 9 milhões de euros. Passámos ainda pelas zonas de Ramalde, do Pinheiro Manso, da Marechal Gomes da Costa e Pinhais da Foz. Ouvimos preocupações, dissemos presente e apontámos soluções.
Pelas ruas que calcorreámos é tão claro que o Porto é o dono do seu próprio destino. Que ninguém lhe diga por onde tem de ir. A cidade vive sem amarras, livre de pés na relva, e só esta independência impregnada nos seus é que continuará a permitir que a cidade floresça e que não definhará a espartilhos de quem não nos conhece, de quem não sabe do que somos feitos, desta matéria que arregaça as mangas, com rigidez muscular e com olhar enternecedor de quem ama o seu Porto.